Por todo o orbe ressoou, hoje, uma mensagem sobejamente conhecida, mas perenemente renovada. É uma mensagem que, a cada passo, nos transporta para uma humanidade florida, resplandecente de beleza e tonificada pela esperança.
Felizes os pacíficos, foi dito. Mesmo quando, como Gandhi, são maltratados e assassinados. E faz, neste dia, 63 anos que o mahatma caiu ao som de balas.
Dizia o apóstolo da não-violência que amava a Cristo, mas não gostava dos cristãos. Penalizava-o sobremaneira a distância (quase infinita) entre a mensagem de Cristo e a conduta dos cristãos.
Quem proclama uma mensagem como a das Bem-Aventuranças transporta um tesouro, mas contrai também uma responsabilidade.
Trata-se de uma mensagem polarizada em torno da misericórdia e da justiça.
É por isso com pesar que, no mesmo dia em que escutamos esta mensagem, tomamos conhecimento de um processo aberto a um teólogo (cf. aquil).
Entende-se que possa haver necessidade de discutir e de, fraternalmente, advertir. Mas usar termos como processo é algo que não se compagina com a atitude amável de Jesus.
Mas não são apenas os que pensam diferente da autoridade que são incomodados. Pelos vistos, os que querem seguir a autoridade também são perturbados...pela autoridade (cf. aqui).
Estará a verdade na autoridade? Ou não deverá ser a autoridade a estar (sempre!) na verdade?
Por causa da verdade, fere-se a justiça e obscurece-se a misericórdia. Precisamos de ter presente que, sem justiça e misericórdia (que não contendem entre si), a defesa da verdade fica debilitada.
As Bem-Aventuranças têm de ser proclamadas e, acima de tudo, vividas. Têm de estar nos lábios, mas têm de figurar, antes de mais, na vida.
Importa regressar a Jesus. Urge nunca deixar Jesus. No monte, Ele continua a identificar-Se com os perseguidos, com os que choram, com os que têm fome e sede de justiça.