A campanha eleitoral caminha para a recta final e não deixa grandes saudades.
Só que o desconforto não é de agora.
Ouvimos dizer que estas são as eleições mais desinteressantes, mas o certo é que há décadas escutáramos o mesmo.
Para quem pugna pela moderação e anela por esclarecimento, este tipo de campanha não ajuda.
Os ânimos ficam exaltados e o espírito não está nada esclarecido.
Eu sei que o ser humano é feito de emoção e este género de acção permite soltar a dimensão emotiva.
Também é verdade que, no mundo do espectáculo, é difícil resistir à tentação dos efeitos cénicos.
Só que o saldo é claramente negativo e o modelo está gasto.
Os candidatos cansam-se, os militantes aparecem, mas o povo não parece ser mobilizado.
Seria, pois, de repensar toda esta forma de fazer campanha. Que, além de pouco útil, é muito cara.
Quem quisesse candidatar-se apresentava-se numa cerimónia pública e dava a conhecer o seu programa.
Preocupar-se-ia mais em mostrar o acerto do que propõe do que em demonstrar o (suposto) desacerto dos restantes candidatos.
A comunicação social, incluindo a internet, difundiriam os projectos e o povo reflectiria.
Para quê esta coreografia pelo país todo com rios de dinheiro desperdiçado?
As campanhas eleitorais nada esclarecem e pouco mobilizam.
Há que fazer pedagogia de modo diferente. Com menos dinheiro, mais substância e melhores resultados.