Os pessimistas são antipáticos, incómodos, obstinados.
O problema é se têm razão. O problema é se estão a ver melhor a realidade.
A própria ideia de progresso e de desenvolvimento chega a ser apresentada como uma das mais arcaicas que nos tem sido ventilada.
A prática mostra que, amiúde, tal ideia conduz-nos ao oposto do que é suposto.
Há, de facto, todo um progresso que redunda em retrocesso. Como há todo um desenvolvimento que configura um atraso.
Em nome do futuro, corremos o risco de repetir o passado. O progresso, quando é sectorial, prejudica o global. Apostamos tudo na tecnologia. E na humanidade?
Mexemos bem nas máquinas. Será que lidamos melhor com as pessoas?
Por isso, meditemos bem no passado se queremos acolher bem o futuro!
Há toda uma literatura recente, cultivada por gente de alto gabarito e enorme sensibilidade que, no limite, nos coloca ante um desafio muito sério: a geração que aí vem será a próxima ou será a última?
Quero acreditar que será a primeira de uma humanidade verdadeiramente nova, autenticamente humana.
Sê-lo-á se nos consciencializarmos de que somos um corpo à escala planetária. Se nos abrirmos ao espírito, à verdade, à bondade e à beleza.
Se soubermos fazer de cada instante um (novo) começo!