São José Lapa, numa entrevista que sai num jornal de amanhã, diz, creio que em tom de lamento, que qualquer um julga que pode ser actor.
A presunção abrange todas as áreas.
Qualquer um julga que pode ser qualquer coisa.
O talento e o mérito não são devidamente estimulados nem reconhecidos.
A qualificação nem sequer é tida na devida conta.
A apetência parece valer mais que a competência.
Às vezes, dá a impressão de que a qualidade é até um handicap, um problema.
A ausência de padrões e a falta de critérios podem levar a uma ascensão da mediocridade.
Esta, conjugada com a inveja, pode (avisa José Gil) afastar os mais capazes.
Atenção que a capacidade não pode ser aferida apenas pela via académica.
O Brasil é um exemplo eloquente. Alguém sem estudos conseguiu fazer daquele país um caso de sucesso.
Mas não se diga que Lula não se preparou. Preparou-se (e muito) ao lomgo de toda a vida.
É preciso nivelar por cima. É fundamental puxar pelo melhor que há no ser humano e na sociedade.
A democracia não pode ser confundida com a banalidade.