Pouco antes de morrer, magoado e sereno, Winstom Park costumava repetir ante o espanto de quem o visitava: «Já não espero justiça; só peço que me deixem em paz. Por favor, não me recordem. Esqueçam-me. É a única (e última) coisa que vos peço».
Até ao fim, Winston Park nunca cedeu à vingança. Mas jamais recuperou da dor que se alojara na sua alma.
Até queria aparecer. Mas algo o inibia. Não era ele. Era uma força estranha (mas persistente) que o condicionava.
Quem poderá censurá-lo?
Porquê tanta perseguição, tanta guerra, tanta violência, tanta intriga, tanta calúnia?
A morte chega e a tudo põe fim.
E o resto? E o rasto?
Só o bem faz bem.
Se nada (a não ser Deus) é eterno, porque é que a crise há-de ser eterna?
Jesus, filho de Sirach, tem um livro é cheio de máximas de uma densidade enorme.
Pensemos, por exemplo, nesta frase: «Se pretendes servir o Senhor, prepara-te para a provação».
Sem dúvida, servir o Senhor é aliciante até pelas dificuldades que se encontram, pelos problemas que
se deparam.
Mas quem se dispõe a servir, dispõe-se também a padecer. O caminho nunca há-de ser o recuo.
As dificuldades e as incompreensões nunca nos hão-de levar a desistir nem a alterar o discurso.
Às vezes, parece que somos uma Igreja demasiado preocupada com que os outros possam dizer de nós.
É a Deus que devemos agradar. É ao Homem que devemos servir. Não é, por isso, a pressão do momento que nos há-de desviar do caminho.
Deus conta com a nossa palavra. Para que seja eco da Sua (eterna) Palavra!