Há estudos que dizem que o aproveitamento escolar está a subir. Há dados que indicam que a capacidade de raciocínio e de expressão está a decair.
Haverá contradição, mas só aparente.
O aproveitamento sobe porque, como é óbvio, a avaliação vai sendo adequada às apetências e à situação em que cada um se encontra.
Quanto às capacidades de pensamento e de expressão, é normal que se divisem difculdades. A literacia e a numeracia requerem esforço aturado, muita repetição e a estruturação de uma mentalidade propensa à complexidade.
Há quem se espante com estes elementos já que os alunos passam cada vez mais tempo na escola. Só que esse tempo é condicionado pelo ensino que os governos impõem.
Os adolescentes e os jovens são ornados de enormes competências na identificação de situações e no manueseamento de tecnologias.
Só que há aspectos que começaram a ser descurados como o complexidade do pensamento.
As redes sociais são um espelho fidedigno do que vivemos. É tudo instantâneo, repentino, imediato.
Não nos esqueçamos, entretanto, de uma coisa elementar. O que se passa com as novas gerações é induzido.
Somos nós, os adultos, que não estamos a cumprir o dever.
Educar é, essencialmente, capacitar. Os mais jovens precisam de descobrir o fluxo de potencialidades que estão alojadas no seu interior.
Uma profunda mudança se impõe. Uma mudança na mudança.
O pensamento linear nem sempre é o mais ajustado.
A leitura das grandes obras não oferece apenas erudição. Proporciona, acima de tudo, instrumentos para a crítica, para a criação, para o debate.
É bom que os alunos disponham de computadores. Mas não é menos mau que cultivem a paixão pelo livro.