O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010

Uma noite fria, com a neve a cair, é aquecida pela paz e por muito encanto.

 

Um feliz descanso.

publicado por Theosfera às 23:01

Esta noite, houve um recital. Nem Mourinho conseguiu impedir que o Barcelona passeasse a sua classe selando-a com cinco golos.

 

Uma vez mais, a cantera superou a cartera.

 

Acima de tudo, foi o confronto entre duas opções. O Barcelona forma. O Real Madrid compra.

 

Este ano, a aposta da equipa da capital foi o treinador. E, seguramente, não é esta derrota que vai abalar a confiança de Mourinho. Mas até os melhores cedem. Porventura, terá sido a presença do técnico português que terá dado um acréscimo de motivação ao Barcelona que, segundo as crónicas, terá feito um jogo sublime.

 

É de enaltecer a política da equipa catalã. Os jogadores, na sua maioria, são formados em casa. O treinador é da casa. Há uma identificação total com o clube. Há uma interacção entre todos e não uma mera soma de individualidades.

 

Há clubes que também formam bons jogadores. Só que a escolha é vender. O Barcelona forma para vencer.

 

Vender os melhores jogadores assegura receitas. Vencer com os melhores jogadores permite arrecadar receitas muito maiores.

 

O Barcelona parece imbatível. Mas Mourinho, acossado, é ainda mais perigoso.

 

Hoje não quis jogar como o Inter. Não quis limitar-se a impedir o Barça de jogar. Pretendeu ter a iniciativa. Mas o Barcelona chegou primeiro à bola. E, nesse capítulo, a sua superioridade ficou bem vincada.

 

Mas a história não acabou. 

publicado por Theosfera às 22:48

Mantenho o que sempre afirmei. Olho para o futebol como um repositório do carácter e dos sentimentos.

 

Um estádio chega a assimilar-se, deveras, a uma faculdade de antropologia, de sociologia e de psicologia.

 

Deste fim-de-semana sobram algumas atitudes reveladoras e alguns gestos preocupantes.

 

Escalpelizadas as incidências desportivas, é o momento de reflectir acerca de alguns comportamentos.

 

No sábado, há um jogador que é alvejado com uma avalancha de maçãs. 

 

Havia mágoas que transitavam desde há muito, é certo. Mas a cortesia é sempre a resposta que marca a diferença.

 

No mesmo jogo (um clássico, como se ouviu), um atleta do Sporting atirou a bola para fora ao ver que um adversário estava no chão. Foi um gesto bonito, mas que não teve devolução.

 

Poucos minutos mais tarde, houve oportunidade. Um jogador do Sporting estava caído. O F.C.Porto continuou a jogar. E marcou golo. É claro que nada obrigava a uma paragem. O árbitro é que manda. Mas ir mais além que a obrigação é algo que faz a diferença. Tanto mais que havia um precedente recente.

 

Ontem, Jorge Jesus abandonou, intempestivamente, a entrevista no final do jogo. Não foi edificante o gesto. Mas daí a estigmatizá-lo vai uma grande distância.

 

O treinador não gostou de uma pergunta que, aliás, nem era sobre o jogo. O jornalista, de um modo que me pareceu desabrido e até arrogante, replicou que quem fazia as perguntas era ele.

 

Isto deixa-me desgostoso. A falta de humildade é preocupante.

 

Até um professor, que não revela obviamente as perguntas, não foge ao âmbito da matéria. Ora, supõe-se que a matéria das entrevistas rápidas são os jogos que terminaram.

 

Poder-se-á ir mais longe? Sim, se houver acordo.

 

Um jornalista pede um serviço. Um treinador acede a prestá-lo. Para quê estas atitudes?

 

Os tempos não correm fagueiros para a urbanidade, para a convivência.

publicado por Theosfera às 19:31

A neve cai. Cai com força. A natureza cobre-se de branco.

 

De branco se cubram os corações.

 

A natureza mostra-se alva.

 

Que os corações se tornem mais puros ao contemplarem a alvura da natureza.

 

O frio também oferece os seus encantos, além do perigo.

publicado por Theosfera às 14:07

1. A verdade está na adequação.

 

Eis uma verdade antiga sobre a verdade. Não será, contudo, apenas uma parcela da verdade?

 

Não será tempo de perceber que a verdade se encontra, também e acima de tudo, na transformação?

 

É sabido que a verdade sempre nos surgiu ungida com o selo do imutável, do perene, do definitivo.

 

Sucede que, não raramente, se confundia verdade com simples percepção. E não obstante, faziam-se juízos, proferiam-se sentenças e matavam-se condenados.

 

Quantas não têm sido as vítimas de verdades que, no fundo, não passavam de erros?

 

O problema maior nem sequer estava no erro. Estava na presunção de o referido erro ser uma verdade de tal importância que seria legítimo eliminar quem a não afirmasse.

 

Acontece que a verdade não autoriza a condenar. Como pode estar na verdade quem condena?

 

Como pode estar na verdade quem não percebe que a dignidade da pessoa está acima das posições que possa tomar?

 

Entre uma afirmação, por muito segura que nos pareça, e um ser humano, poderá haver a mais leve hesitação?

 

 

2. O perigo da verdade como adequação reside neste ponto.

 

É que, ao contrário do que preceituava Aristóteles, a verdade pode deixar de ser encontrada na realidade para ficar ao puro arbítrio da autoridade.

 

Será que a verdade deverá depender da autoridade? Não deverá ser, antes, a autoridade a depender da verdade?

 

Xavier Zubiri mostrou que a primeira grande tarefa da sabedoria é discernir. E esta é uma missão que radica na consciência. Não é um ditame imposto por uma qualquer autoridade.

 

Ainda assim, aceita-se que, no plano lógico, a verdade como adequação tenha a sua pertinência. Se uma parede é branca, não posso dizer que é preta.

 

Não obstante, há que ressalvar que, mesmo neste plano, é preciso ter cuidado com possíveis distorções.

 

A mesma realidade desponta, por vezes, emoldurada em diferentes leituras sem que seja lícito pôr em causa a seriedade de quem as faz.

 

O mesmo sintoma pode desaguar em diagnósticos diversos. As mesmas pessoas numa multidão podem dar lugar a números distantes. O mesmo texto pode oferecer interpretações totalmente díspares.

 

É caso para deduzir, parafraseando Napoleão, que olhar para a mesma realidade não quer dizer que, nela, se veja a mesma coisa.

 

 

3. Estas cautelas impõem que, no âmbito existencial, a verdade não possa ser vista como mera adequação. Na vida, a verdade está sobretudo na transformação.

 

Também aqui a ajuda de Zubiri é preciosa. O desígnio de cada um não há-se ser possuir a verdade, mas deixar-se possuir pela verdade.

 

Não pensemos que a verdade é monocolor ou que se presenteia apenas a alguns iluminados.

 

É preciso ter presente que a verdade tem muitas aparições. Mais que possuí-la (pretensão, aliás, inviável) ou impô-la (ambição totalmente descabida), do que se trata é de procurá-la.

 

Para quem procura, cada encontro não é termo, mas etapa e alento para nova busca.

 

Facilmente notaremos que não é a verdade que tem de se adequar a nós. Nós é que temos de nos adequar à verdade. É ela que nos molda, que nos configura.

 

Daí que a verdade esteja do lado da abertura, da mudança. Ela nunca pode ser aprisionada.

 

A história atesta que a verdade não está na conformidade nem, muito menos, na resignação.

 

 

 Próximo da verdade não está, pois, quem se conforma, quem se resigna. Próximo da verdade está quem se transforma.

 

 

4. Sobra, entretanto, uma pergunta. Em que consiste a transformação proporcionada pela verdade?

 

As surpresas são incontáveis, mas uma certeza é indesmentível. A verdade aparece-nos sob todas as formas, mas nunca fora da bondade.

 

Sem bondade, até a verdade é menos verdadeira. Sem bondade, aliás, nem a beleza seria bela.

 

Só quando nos transformarmos pela bondade, encontraremos o acesso à verdade.

 

Daí que, segundo Agostinho da Silva, o cume do conhecimento não esteja na verdade. «O supremo entender é mesmo a bondade»!   

publicado por Theosfera às 11:59

O mundo parece cada vez mais uma aldeia. E, como é habitual nas aldeias, o que mais prospera é a intriga.

 

Outrora, um rumor tinha uma circulação limitada. Circunscrevia-se ao perímetro da aldeia.

 

Hoje, mantém-se no âmbito da aldeia. Só que esta aldeia é global.

 

Na maior parte dos casos, a intriga atém-se à vida das pessoas.

 

Acaba, entretanto, de assomar à ribalta uma panóplia de segredos diplomáticos que pode configurar uma crise planetária.

 

Invoca-se a transparência para nada se calar. Mas não configurará melhor a transparência respeitar a natureza das coisas?

 

O que é público deve ser tratado em público. O que é discreto deve ser tratado com discrição. Já o que é secreto deve ser tratado com sigilo.

 

Só que isso pressupõe um quadro de valores que estão cada vez mais em débito.

 

Nos tempos que correm, o que tende a prevalecer é o interesse.

 

E, aqui, junta-se o interesse de quem coligiu a informação à volúpia da imprensa e dos leitores.

 

A confiança regride. Mas o negócio prospera.

 

Em quem confiar, hoje? 

publicado por Theosfera às 10:16

O capítulo sexto de S. João é uma lição de pastoral e de vivência cristã que jamais deveríamos pôr de lado. Começa em clima de festa (fome saciada) e termina em ambiente de drama.

 

A reacção dos interlocutores de Jesus vai evoluindo (ou regredindo, pensando bem): inicialmente, existe aclamação; depois, assiste-se à discussão; de seguida, surge a contestação; finalmente, aparece a rejeição.

 

 O mais curioso é que, diante da oposição, o mais natural é que Jesus recuasse para não perder adeptos. Mas não. Aos próprios discípulos mais chegados faz uma pergunta que soa a provocação: também vós quereis ir embora?

 

 Ou seja, Jesus, que vinha para todos, não Se importa de ficar só. O que Ele não troca é o número pelas convicções.

 

 Será que, vinte séculos depois, aprendemos a lição? A cabeça é que comanda o resto do corpo. Não é o resto do corpo que comanda a cabeça.

 

 Em muitas circunstâncias, a reacção dos judeus teria levado Jesus a recuar, quiçá a mudar de opinião.

 

 Mas Jesus veio oferecer-nos a verdade. Ele é a verdade. Acabou na Cruz, é certo. Mas voltou, revigorado, do sepulcro.

 

Nunca o esqueçamos.

publicado por Theosfera às 10:07

Parece que os sacrifícios não chegam.

 

Ontem, mais uma recomendação de Bruxelas que, descodificada, vai dar, mais ou menos, a isto: é preciso que os cidadãos se vão preparando para ganhar cada vez menos e para pagar cada vez mais.

 

Habitualmente, o aumento dos salários prometia cobrir o aumento expectável do custo de vida.

 

Sucede que os salários não só não vão aumentar como vão diminuir. Não obstante, os preços dos bens essenciais vão subir.

 

Até as empresas de telemóveis, sempre tão pressurosas a anunciar campanhas, já nos avisaram acerca da subida das chamadas.

 

Mas a luz (apesar dos lucros volumosos da edp) também vai ser mais cara. A água idem. As portagens igualmente.

 

E, ainda por cima, dizem que não basta.

publicado por Theosfera às 10:05

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