O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 26 de Novembro de 2010

«Não quero perder de vista a infância porque é o único reduto onde a felicidade é possível».

Assim escreveu (avisada e magnificamente) Pedro Bessa Múrias.

publicado por Theosfera às 22:52

Comentar, nesta altura, programas de televisão parece uma excentricidade. Faz lembrar a pergunta de Hölderlin: «Para que servem os poetas neste tempos de aflição?»

 

Eu diria que os poetas servem sempre e servem muito. Saciar o espírito é sempre benfazejo.

 

Já quanto a determinados programas, era importante que o discernimento fosse maior.

 

Correram esta tarde duas notícias nos jornais.

 

Uma acerca da casa dos segredos, que nunca vi mas que, dado o volume informativo, sei, mais ou menos, em que consistirá.

 

Parece que um participante foi expulso porque terá agredido a namorada.

 

Como é possível que a televisão dê cobertura a coisas deste jaez? Entre o indecoroso e o aviltante, há quem lobrigue alguma utilidade, alguma consistência?

 

Penso que não. Mas também não é qualidade que muitos querem.

 

Estamos perante um problema cívico. Se estes programas não fossem vistos, não existiriam.

 

As pessoas são livres. Mas dá que pensar.

 

Soube-se também que o Contra-Informação vai cessar. Aqui, confesso que sinto alguma nostalgia.

 

Havia ali muita irreverência, mas também bastante subtileza.

 

Desconheço as razões do termo. Mas cruzando as duas informações, é impossível não perguntar: como é possível que uma inane casa dos segredos sobreviva ao humor inteligente do Contra-Informação?

 

A futilidade e o vazio parecem ser trunfos. Mas isto vem de há uns tempos para cá.

 

Afinal, Quim Barreiros e Tony Carreira sempre vendem mais que Bach, Hyden e Mozart.

 

Só que daqui a duzentos anos, ninguém fará ideia de quem eles foram. Já os sons dos clássicos ouvir-se-ão para sempre. São imortais. O que é bom pode não ser apreciado nem consumido. Mas perdura. 

publicado por Theosfera às 20:52

Nesta altura, fala-se muito das instituições que também estão a ficar sem meios.

 

A crise não atinge apenas os destinatários. Envolve também os que pretendem ajudá-los.

 

Mas eu penso que, sem qualquer desdouro para o meritório trabalho das instituições, é igualmente importante apostar na personalização da partilha.

 

É necessário que a ajuda tenha rosto. Que se bata à porta. Que se ofereça tempo. Que se conviva.

 

Até porque pressinto que, na hora que passa, os mais necessitados acabam por ser os mais retraídos, aqueles que nem a mão conseguem estender.

publicado por Theosfera às 10:45

É um óptimo treinador.

 

Quem o diz é José Mourinho. Acerca de quem? Acerca de José Mourinho!

 

Sempre fomos aprendendo que «elogio em boca própria é vitupério».

 

A humildade na grandeza é o ornamento mais precioso da existência.

 

A única coisa que Mourinho assume não saber é perder. E isso nota-se, de facto.

 

Mas será que também sabe ganhar? A exuberância é excessiva e a permanente provocação aos adversários também não é muito edificante.

 

Mas como os resultados são o critério supremo, Mourinho prima. Porque aí ele surge como (quase) imbatível.

 

Uma coisa, porém, é reconhecida por todos. Mourinho é frontal. Tem carácter. Detesta a hipocrisia e, quando vê alguém do seu grupo em baixo, é o primeiro a dar-lhe a mão.

 

Não abandona os seus.

 

Isso já vale muito.

publicado por Theosfera às 10:39

O que impressiona não é tanto o erro. Quem não erra, afinal? O que impressiona é o erro sem admissão de erro. É a vaidade, a jactância e a ostentação com base no erro.

 

Há quem não fale nem escreva correctamente e, mesmo assim, apareça a falar e a escrever como se do maior oráculo se tratasse.

 

Só o humilde é verdadeiro sábio. Só ele consegue superar os seus erros. Só ele não se vangloria.

 

Ninguém precisa de se apresentar como licenciado ou mestre. Mas quem se apresenta como tal e evoca o tempo dos seus igréjios avós gera uma sensação de profundo desconforto.

 

É por isso que a pedagogia nunca prescreve. Ela tem de se transformar numa permanente andragogia. Os mais adultos também precisam de aprender.

 

Mas, para isso, é preciso humildade. Sem a douta ignorância, que já vem de Sócrates, dificilmente chegamos a qualquer saber. Nem ao saber do (nosso) não saber.

publicado por Theosfera às 10:31

A escola não devia ser apenas para os mais pequenos. Os mais crescidos também não deveriam sair da escola. E, já agora, não só para reaprender conhecimentos. Mas também para reaprender comportamentos.

 

Há gente crescida que não só não sabe escrever nem falar (apesar do ar impante que exibe), como não sabe estar. Mas o prime time televisivo dá-lhe todo o destaque.

 

O problema coloca-se, entretanto, aqui. A quem recorrer para oferecer tal ensinamento?

 

Que falta fazem os homens bons de antanho! Ainda os há seguramente, mas precisamos de uma lupa muito potente, porque a sociedade remeteu-os para as arcas de um olvido que os torna quase invísiveis.

 

 

Sem uma mudança na educação de alto a baixo, o progresso continuará a ter a moldura de uma comatosa decadência.

publicado por Theosfera às 10:30

O segredo da missão está no sacrário e na rua. É fundamental estar perto de Deus e é urgente estar próximo do Povo.

 

Um cristão não pode ser imparcial. Ele tem de tomar partido. Não por partidos, mas pelo Evangelho, pelas pessoas. Há momentos em que calar é um pecado, um crime.

 

Um cristão, em rigor, não é da direita, não é da esquerda, não é do centro; é do fundo. É da profundidade de Deus que ele tem de brotar. É na profundidade do Homem que ele tem de estar.

publicado por Theosfera às 10:29

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