O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 25 de Novembro de 2010

A linguagem pode ser um pouco excessiva, mas Rui Rio tem razão.

 

A excepção aberta para o sector empresarial do Estado está profundamente ferida de imoralidade.

 

Se os salários são reduzidos, não se entende que haja excepções ainda por cima para pessoas que já auferem vencimentos elevados.

 

O argumento das regras dos mercados não colhe. Se há quadros que podem sair para os privados, deixem o mercado funcionar. Não faltará quem ocupe os lugares.

 

Já é tempo de superarmos este sebastianismo em que alguns se consideram insubstituíveis fazendo, assim, valer os seus créditos e as suas posições.

 

Se tais quadros são importantes, os outros trabalhadores não o são menos.

 

O que mais espanta é que, no essencial, os dois principais partidos parecem estar de acordo.

 

É preocupante ver esta dependência da política em relação aos ditames do capital.

 

Entretanto, o povo vai sofrendo.

publicado por Theosfera às 20:02

Ontem, como hoje, o país estava dividido. Mas, ao menos, mostrava-se mobilizado.

 

Não se vivia melhor que hoje. As condições de sobrevivência até eram mais complicadas.

 

Mas sentia-se que o melhor podia chegar. Hoje, parece que estamos à espera do pior.

 

Naquele tempo e apesar das dificuldades, o país acreditava que podia melhorar. Hoje, já interiorizamos que tudo vai piorar.

 

Em 1975, o Verão já tinha sido quente. O Outono continuava cheio de calor com a temperatura política a superar, de longe, a temperatura ambiente.

 

Há 35 anos ninguém se mostrava conformado. E nem os vencidos desistiam. 

publicado por Theosfera às 11:05

Muitas pessoas regressaram, hoje, ao trabalho com o mesmo espírito que, ontem, as levou a fazer greve: sem saber porquê.

 

Aliás, o espírito não difere muito de ontem para hoje.

 

Hoje, o país não está parado, mas continua desmobilizado, desmotivado.

 

A incerteza domina.

 

Não se sabe muito bem o efeito prático da greve. Não se sabe muito bem o efeito prático do trabalho. Não se sabe até quando dura. A espada do desemprego abate-se sobre todos.

 

Depressa a greve sairá do prime time televisivo. Depressa os figurantes de uma pífia casa de segredos voltarão a ter mais destaque que os líderes sindicais. E até, nesta manhã de balanço, a derrota do Benfica parecia pesar mais.

 

A pobreza não é só material. É também espiritual. Falta dinheiro. Mas falta sobretudo rasgo, horizontes, alento, arrojo, audácia.

 

Já não seremos um povo brando. Mas continuamos a ser uma nação submissa. E massacrada pela realidade.

 

Amanhã será melhor. Mas o futuro só espera por aqueles que o sonham e constroem.

 

 

publicado por Theosfera às 10:52

Há notícias que, no meio da parafernália das manchetes, correm o risco de passar despercebidas. Mas são elas que dizem muito do pouco das nossas melhores expectativas.

 

Ontem, uma senhora, já na casa dos 80, varria a cozinha da sua casa.

 

A certa altura, verificou que estava a varrer também os restos da sua filha. Tinha morrido queimada à lareira.

 

O coração da mãe não aguentou. Foi ao encontro da filha. A morte levou-a.

 

Foi num lugar remoto. Onde os factos só são notícia se forem trágicos...

publicado por Theosfera às 10:47

O que as pessoas põem em causa quando nos abordam, na sua ardente simplicidade, não é a mensagem. É, quase sempre, a nossa conduta.

 

Dizia Walter Kasper que a grande novidade de Cristo estribava precisamente aqui: não tanto no conteúdo (a mensagem do Reino, apesar das acentuações próprias, não era nova), como na conduta.

 

 A conduta de Jesus configura, de facto, algo de radicalmente novo, único. A Sua conduta assentava na convergência plena entre a palavra dos lábios e a palavra da vida, entre o que dizia e o que fazia.

 

 Por causa dessa conduta, foi censurado, condenado e morto. Os Seus discípulos chegaram a ser acusados de loucura (segundo Paulo) e demência (segundo Justino).

 

 Mas é precisamente nessa loucura e nessa demência que está o poder da salvação.

 

 Estamos dispostos a esta douta loucura e a esta sábia demência?

 

 Os verdadeiros discípulos de Cristo nunca chamaram louco a ninguém. Mas chegaram a ser acusados de loucura. Porque será?

 

 Onde estará a loucura real: nos acusados ou nos acusadores?

 Bendita loucura esta, onde se compendia a autêntica inteligência!

 É a inteligência dos simples, dos pobres, dos humildes, dos mansos e dos pequenos.

publicado por Theosfera às 10:43

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