O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 23 de Novembro de 2010

O êxito de Mourinho transforma-o numa espécie de oráculo. Tudo o que diz é recebido com um acréscimo de reverência e com extremos de atenção.

 

Os canais televisivos promovem, com uma distância de dias ou até semanas, entrevistas com o treinador luso que, por vezes, não fogem ao trivial.

 

Hoje, estão a ser reproduzidas declarações a uma revista francesa em que «agradeceu a Deus por não ser uma pessoa modesta, uma qualidade que não ajuda em nada».

 

Pelo menos, saúde-se a sinceridade. Recordo, aliás, o saudoso Salgado Zenha que, entre eflúvios de ironia, convidava: «Sejamos modestos. A modéstia é a melhor forma de vaidade».

 

De facto, a modéstia não está em alta nos tempos que correm. Mas não é pelo facto de as pessoas não serem modestas que obtêm, por isso mesmo, melhores resultados.

 

Entendemos Mourinho. Ele aponta para o máximo. E, na maior parte dos casos, alcança-o. Quantos não apontam na mesma direcção e se quedam por resultados...modestos!

 

Há, de facto, quem não seja modesto nas atitudes e acabe por ser modesto nos resultados.

 

John Kennedy, já em criança, não era modesto. Interrogado sobre o seu futuro, dizia querer ser presidente dos Estados Unidos.

 

A experiência ensina que as melhores pessoas, as que têm melhor coração, são as mais modestas. São as que se descentram de si e se recentram nos outros.

 

A humildade é a maior grandeza. Segundo Levinas, é até mais alta que a própria grandeza: «Mais alta que a grandeza é a humildade».

 

Nestes tempos dominados pelo eu, pelo mim e pelo migo, as pessoas tendem, por natureza, a viver muito voltadas para si. Colocam-se no centro de tudo.

 

É difícil encontrar relacionamentos sólidos de solidariedade porque as pessoas só são valorizadas enquanto produtoras de resultados. Quanto estes não aparecem, as pessoas são descartadas.

 

A modéstia não significa falta de capacidade. Significa, sim, uma orientação das capacidades para objectivos comuns, altruistas, solidários.

 

Admiro as pessoas modestas. Cada vez mais. Aquelas que não se põem em bicos de pés, mas que deixam rasto.

 

Não é preciso falar de nós. A vida é que mostrará o que nós fazemos. Que a maior ambição seja o bem, a prática do bem.

publicado por Theosfera às 16:33

A vida tornou-se uma corrida. Contra o tempo e contra a própria vida. Quando apenas se corre sem parar, dificilmente se aguenta.

 

Tudo é feito com pressa. E a própria pressa é mais intensa. A pressa é uma autêntica pressão.

 

Na pressa, não se pensa. Na pressa, pressiona-se. Na pressa, aumenta a pressão.

 

Hoje, há pressão para fazer greve. Há pressão para não fazer greve. E não se pensa muito no que se ganha ou perde com a greve.

 

Direito inalienável, ela foi-se tornando num instrumento de luta e numa afirmação de recurso.

 

Mas o povo sofrido já nem na greve acredita. Muitos vão aderir para dar o sinal.

 

Mas sabem que, volvida a greve, tudo voltará ao normal.

 

Esta greve parece transformada num grito de desespero e numa competição entre sindicatos, patrões e governo.

 

As coisas mudaram muito. As pessoas sentem que a mudança já não passará muito por ali.

 

Javier Arangurem sinalizou a pressa como uma das grandes doenças do nosso tempo, a par do ruído e do êxito.

 

A greve vai chegar depressa. Vai acabar depressa. E o que não passará é a pressão dos compromissos, do dinheiro que não chega.

 

Sob pressão, é ainda mais difícil. E o mais grave é que a pressão se abate sobre os mais desfavorecidos.

 

No meio da crise, há muita gente que já nem aparece.

 

É preciso despertar as energias do espírito.

publicado por Theosfera às 12:02

Quando se trata de mapear o sofrimento, não encontramos apenas os grandes conflitos. Deparamos com tanta gente de bem, que, humildemente, sofre tanto.

 

Deus não vos abandona, Irmãos! Muitos questionam: «Mas porque é que os bons são os que sofrem mais?»

 

Pela minha parte, limito-me a responder: «O melhor de todos (Cristo) sofreu mais que ninguém».

 

 O sofrimento é mesmo a questão decisiva, a questão crítica.

 

Não tem justificação convincente. Mas tem futuro assegurado.

 

Deus não abandona mesmo (ou sobretudo) aqueles que parecem mais rejeitados.

 

Coragem, irmãos!

publicado por Theosfera às 10:27

A bondade permanece um valor. Certo. Mas, ser bom, hoje, é o mesmo que ser bom há uns anos ou há séculos?

 

Quando, aqui, se fala de bondade, fala-se de dádiva, de partilha, de compaixão, de perdão, de estima, de respeito.

 

 O problema é que, para muitos, a bondade, actualmente, resume-se à competição, à ambição.

 

 Apesar de tudo, continuo a acreditar na bondade segundo o modelo de Cristo e de tantas pessoas, algumas até de pouca idade.

 

«Saboreai e vede como o Senhor o bom»! Assim o proclamamos com os nossos lábios. Assim o possamos repetir, com a nossa vida, em cada momento da nossa existência.

 

 A bondade é que conta. Se Deus é bom e se nós somos a Sua imagem, como se explica que se dê tanta guarida à maldade?

 

Mas ainda há gente de hoje com os valores de sempre. Graças a Deus! 

publicado por Theosfera às 10:23

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