O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 21 de Novembro de 2010

Insistir demasiado na denúncia do relativismo pode conduzir ao efeito contrário do pretendido.

 

É claro que as posições não são todas equivalentes, mas cabe ao discernimento fazer a respectiva triagem.

 

Este é um processo de busca incessante, nunca concluído.

 

Recordo que Xavier Zubiri falava de um duplo absoluto: Deus como absolutamente absoluto e o Homem como relativamente absoluto.

 

Neste mundo, tudo é relativo no sentido de que tudo está relacionado com tudo.

 

Quando se insiste no absoluto de uma posição, acaba por se menorizar quem defende a posição diferente. Ora, o ser humano pertence a uma grandeza inquestionável.

 

Condicionar uma pessoa pela posição que toma é inverter as coisas. As posições podem ser discutidas. A pessoa tem de ser preservada.

 

Quantas vítimas não existem em nome de posições absolutas?

 

Só que, muitas vezes, o absoluto também se mostra relativo, também mostra uma geometria variável, também muda de posição. O que era absoluto deixa de o ser.

 

Só mesmo Deus e a alma humana é que são intocáveis.

 

E, depois, parece-me cada vez mais que o relativismo não é o principal problema. É a intolerância, a rejeição, a falta de acolhimento do diferente, a ausência de misericórdia e de compaixão, a injustiça.

publicado por Theosfera às 19:04

Neste dia em que contemplamos Jesus Cristo despojado na Cruz, consumando a oferta da Sua vida pela humanidade, desponta uma oportunidade de purificarmos o nosso olhar, a nossa sensibilidade e também a nossa linguagem.

 

Com todo o respeito (com o máximo respeito), creio que não realiza devidamente a semelhança com Jesus Cristo continuar a designar membros da Igreja como príncipes.

 

Primeiro, porque se trata de uma terminologia totalmente estranha ao Evangelho. E, depois, porque induz o contrário do que se pretende: serviço, despojamento, humildade.

 

Estas coisas não são despiciendas. Os gestos e os sinais entram na lógica da proximidade ou do afastamento.

 

Há que trazer Cristo para o centro de tudo.

publicado por Theosfera às 18:59

Não é preciso ter uma grande inteligência para ter um grande coração.

 

Mas quem tem um grande coração acaba por revelar, nesse preciso momento, uma enorme inteligência.

 

Não era Blaise Pascal que alertava ter o coração razões que a própria razão desconhece?

 

Não deixemos de prestar atenção às rationes cordis (razões do coração).

publicado por Theosfera às 18:52

«A fé é a antipedagogia: não tem manuais, nem receitas; é a experiência tornada inteligência, é a prática tornada sabedoria; é a persistência tornada fortaleza.

A fé é a paz da permanente inquietação.

A fé é o constante movimento de conversão.

A fé é a certeza de que há, ainda aqui, no meio deste mundo, uma realidade qualitativamente diferente, ilimitadamente nova.

A fé é, afinal, o reino da única utopia que não se esvai em fumo».

Assim escreveu (atinada e magnificamente) Maria de Lourdes Pintasilgo.

publicado por Theosfera às 13:52

Tu és rei, Senhor, e o Teu trono é a Cruz.

 

Tu és rei, Senhor, e Teu reino é o coração de cada Homem.

 

Tu és rei, Senhor, e estás presente no mais pequeno.

 

Tu és rei, Senhor, e estás à nossa espera no pobre.

 

Tu és rei, Senhor, e queres mais o amor que o poder.

 

Tu és rei, Senhor, e moras em tantos corações.

 

Tu és rei, Senhor, e primas pela mansidão e pela humildade.

 

Tu és rei, Senhor, e não tens exército nem armas.

 

Tu és rei, Senhor, e não agrides nem oprimes.

 

Tu és rei, Senhor, e não ostentas vaidade nem orgulho.

 

Tu és rei, Senhor, e a tua política é a humildade, a esperança e a paz.

 

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser ignorado e esquecido.

 

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser silenciado.

 

Tu és rei, Senhor, e vejo-Te na rua, em tanto sorriso e em tanta lágrima.

 

Tu és rei, Senhor, e vais ao encontro de todo o ser humano.

 

Tu és rei, Senhor, e és Tu que vens ter connosco.

 

Hoje, Senhor, vou procurar-Te especialmente nos simples, nos humildes, nos que parecem estar longe.

 

Hoje, Senhor, vou procurar estar atento às Tuas incontáveis surpresas.

 

Obrigado, Senhor, por seres tão diferente.

 

Obrigado, Senhor, por seres Tu!

publicado por Theosfera às 12:57

Habitualmente vemos o poder de Cristo à luz do poder humano.

 

Era bom que aprendêssemos, de uma vez para sempre (éphapax, como repete a Carta aos Hebreus), a ver o poder humano à luz do poder de Cristo.

 

A palavra bíblica que se traduz por poder é dynamis ou exousia. Quer dizer energia, força. Nada de autoritarismo ou arbitrariedade.

 

Para Cristo, poder não é possuir, é dar. Não é concentrar, é distribuir. Não é afunilar, é estender. Ou seja, é amar.

 

Por isso, hoje como ontem, há quem não entenda o reinado de Cristo. É para este mundo. Mas não é deste mundo.

 

Continua a haver (mesmo, quiçá, entre os Seus discípulos) quem alardeie surpresa. O trono deste Rei é a Cruz. O Seu território é o coração humano. A Sua Lei é o amor. O Seu porte é a humildade.

2000 anos não chegaram para O conhecer. Quando nos resolveremos a segui-Lo?

publicado por Theosfera às 00:00

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