Há cem anos que estamos sem ele, embora com ele continuemos através da sua obra imperecível e impactante.
Léon Tolstoi faleceu a 20 de Novembro de 1910 quando tinha encetado uma viagem para viver uma vida simples.
Foi um aluno em quem ninguém acreditou. Ele devolveu a descrença. Todos os sistemas lhe mereceram desconfiança.
Não deixa de ser curioso notar como os medíocres de outrora inspiram mais confiança do que muitas (presumidas) excelências da actualidade.
Tolstoi escreveu obras que se tornaram referências imortais.
Há frases de Tolstoi que não passam de moda. Convidam à reflexão.
«Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros».
Por isso, «o segredo da felicidade não é fazer sempre aquilo que queremos, mas querer sempre aquilo que fazemos».
Corrosivo, foi avisando: «Deve valorizar-se a opinião dos estúpidos: são a maioria».
E, acutilante, recomenda: «Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência».
Só somos livres na verdade.
Quando se vive o contrário do que se proclama, quando a actividade pública respira uma contradição contínua entre o que se promete e o que se pratica, que dignidade se pode ter?
Era bom voltarmos aos mestres. Tolstoi sentiu-se sempre um inadaptado enquanto viveu. Hoje parece mais actual do que nunca.