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Quarta-feira, 03 de Novembro de 2010

Mais um sábio a defender que isto já lá não vai com uma reforma. É necessária uma revolução.

 

Para Fernando Savater, o sábio em causa, tal revolução tem de começar pela educação.

 

Não há novidade nesta tomada de posição. O problema é que, sendo tantas as vozes a propugnar uma revolução com base na educação, tão poucos parecem ser os actos no sentido de a levar a efeito.

 

Savater propõe uma verdadeira Educação Cívica, que «introduza a capacidade de agir em democracia».

 

Estranhamente, não quer a religião na escola. Umberto Eco, que também é laico, entende que a religião, enquanto fenómeno humano, deve ter espaço nos estabelecimentos de ensino.

 

Voltando a Savater, registe-se a importância da autoridade. Segundo ele, «uma aula é hierárquica». E, apesar de a escola dever preparar para a democracia, ela «não é democrática».

 

Recusando qualquer alarmismo, assume que «a escola sempre viveu em crise». Ela «anda sempre atrás da sociedade, dado que os professores foram educados no passado e têm de educar para o futuro».

 

Mas não é bom que seja assim? O movimento do tempo não se faz do passado para o futuro? Não é no passado que o futuro germina? Não é a memória a alma da cultura?

 

É preciso, de uma vez para sempre, recolocar a escola no seu autêntico estatuto. «As aulas não são uma reunião de amigos nem um recreio. São um lugar onde se transmite conhecimento».

 

Esta dimensão, a do conhecimento, é decisiva. Uma sociedade ignorante tenderá a escolher representantes ignorantes. Ora, isso mina completamente a democracia.

 

«Se os políticos que ocupam os cargos são incompetentes, somos nós que os elegemos, e fomos nós que, apesar de acreditarmos que podemos ser melhores do que eles, não nos oferecemos para o lugar deles».

 

E Savater dá um exemplo. Há uma figura no país vizinho conhecida pela sua ignorância e futilidade. Uma sondagem, entretanto, diz que muitos espanhóis votariam nela para primeira-ministra.

 

Convidado a comentar este dado, Savater perguntou: «Vocês acreditariam que os mesmos espanhóis votariam nesta pessoa para treinadora da selecção nacional?». Resposta pronta: «Claro que não! O lugar de treinador da selecção nacional é um posto demasiado sério!»

 

Para muitos, o lugar de treinador é mais importante que o lugar de primeiro-ministro.  Está tudo dito.

 

Venha a revolução na educação. Ontem já era tarde.

publicado por Theosfera às 10:32

A Escatologia trata das eschata e do eschaton. Ela transita entre as coisas últimas e o último. As coisas últimas são os novíssimos: morte, juízo, inferno ou paraíso. O último é uma pessoa (Jesus Cristo) ligada a um acontecimento (a Salvação) e a uma atitude (a Esperança).

 

É fundamental preparar as coisas últimas a partir do último. Por isso é que, como advertia Moltmann, a Escatologia consiste também numa meditação sobre a esperança. E daí que a Escatologia não deva vir no fim, devendo figurar desde o princípio.

 

Toda a mensagem cristã é escatológica. Caminhamos para as coisas últimas vivendo sob a inspiração do último. Deste modo, a Escatologia constitui um poderoso impulso para a transformação do presente.

 

O presente tem de ser a imagem e a antecipação do futuro. É a partir do futuro que vivemos. Do futuro que não sucede ao presente, mas do futuro que o transforma, que o preenche, que o plenitudiza.

publicado por Theosfera às 10:28

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