O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 30 de Outubro de 2010

Esta noite, os relógios vão atrasar.

 

Eis uma realidade e um sinal. Pertinente.

 

Atrasados é como, amiúde, nos sentimos.

 

Há que dar um abanão no real.

 

Depois da noite, o dia voltará.

publicado por Theosfera às 21:06

Não falta talento nas novas gerações. Mas o deslumbramento umbiguista pode deitar tudo a perder.

 

Há comentadores nos jornais e nos blogs cujo brilho está muito ofuscado pela preocupação em projectar o próprio eu.

 

Pelo caminho, lançam-se insinuações, humilham-se os mais avançados em anos e não se contribui para o bem comum.

 

Lamenta-se um articulista por, quase a chegar aos 40 anos, ter de suportar o mesmo político.

 

Não se trata de discordar. Eu próprio não me revejo em muita coisa do seu pensamento e da sua acção.

 

O que impressiona é o enfoque colocado na situação pessoal.

 

Se pensar bem, contudo, verificará que, ao menos, ele pode contribuir para eleger outras figuras.

 

Será que pensa na situação de tanta gente que, por esse mundo fora, nasce, vive e morre ofuscado por ditaduras?

 

A propósito, devia ser obrigatório ler as crónicas de José Manuel dos Santos. Hoje trata do caso de José Mestre, o chamado homem sem rosto. Simplesmente sublime.

 

O autor não é muito conhecido, mas, para mim, é o melhor. O que coloca as palavras certas no sítio adequado.

 

O arquivo destas crónicas pode ser consultado aqui.

publicado por Theosfera às 20:56

Adolfo Nicolás lastimava, há dias, a globalização da superficialidade.

 

Esta parece ser, de facto, uma tendência que não deixa ninguém imune.

 

Henrique Villa-Matas assinalava, concretamente, a situação dos intelectuais. Estes, para terem um auditório vasto e uma popularidade farta, têm de comentar assuntos fúteis.

 

O contágio da cultura do superficial atinge qualquer um. E, pelos vistos, sem que nos apercebamos devidamente.

 

O que aconteceu nestas negociações do orçamento é revelador.

 

Tantas coisas laterais para um assunto tão sério. Parecia um espectáculo, um reality show.

 

A cerimónia desta manhã, pelos vistos, não era para assinar nada. Que, aliás, já estava assinado. Era para ter uma fotografia.

 

A esta hora, estamos a ouvir o circunspecto ministro das finanças lamentar não ter sido possível uma fotografia.

 

Mas, no fundo, até havia. Eduardo Catroga registou o acto no seu telemóvel. E até fez questão de dar conta das horas e dos minutos.

 

Novembro está a chegar. Recolhamo-nos um pouco. Olhemos em frente. E deixemo-nos destas coisas.

publicado por Theosfera às 20:46

Neste dia de turbulência, regado de chuva e abanado com vento, as ruas estão cheias.

 

Há flores nas mãos e lágrimas no rosto.

 

Novembro está à porta.

 

Os mortos como que ficam um pouco mais vivos. Na lembrança. Na prece.

 

É muito forte a dor perante o sorriso que não volta, a palavra que não regressa.

 

A fé tem a resposta. A morte não é o fim.

 

Mas custa sentir a presença percebida em forma de ausência.

 

Somos humanos.

publicado por Theosfera às 12:08

O que tem de ser tem muita força.

 

Uma vez mais, o princípio enunciado por Almeida Garrett no imortal (embora, hoje, quase esquecido) livro Viagens na minha terra obtém cabal confirmação.

 

O acordo para a viabilização do orçamento foi mais imposição das circunstâncias do que produto da vontade.

 

A saída está encontrada, mas o incómodo salta à vista.

 

Fechado o referido acordo esta noite, disseram que ele ia ser assinado esta manhã.

 

Chegada a hora e com tudo preparado na Assembleia da República, vem uma indicação de que, afinal, o acordo já tinha sido assinado. Em privado.

 

Parece que Governo e PSD não querem aparecer um ao pé do outro.

 

Neste tempo de falências, até as certezas mais imediatas faliram. Quanto às incertezas, essas aparentam já ter nascido falidas.

 

Quem olha para os termos do acordo, fica na dúvida: quem é mais de esquerda? Terá sido o PSD a conseguir que algumas deduções na saúde e educação não fossem extintas. E foi o Governo a não abdicar da taxa de IVA a 23%.

 

Já ninguém entende nada, mas há coisas que também não são para entender.

 

Quero pensar que, pelo rumo que a situação está a tomar, o melhor que o Estado faria era não intervir tanto. Que, ao menos, não estorve. Há muitas energias tolhidas que têm muito para dar.

 

Há um Portugal empreendedor, capaz de dar um rumo novo ao futuro. Há muita coisa boa a surgir.

publicado por Theosfera às 11:56

Em Cristo está tudo. Ele é o universal concreto.

 

Ele é o rosto de Deus e a face do Homem. Ele é o caminho para o Céu e é o sentido da terra.

 

 Ele está na vida e também na morte. Ele encontra-Se na Cruz e igualmente na Glória.

 

 Como é óbvio, ninguém consegue imitá-Lo na plenitude. Apesar de sermos chamados à imitação de Cristo, sabemos de antemão que acabamos por acentuar aspectos, dimensões. Mas sabemos também que é para a totalidade que devemos tender.

 

 Em Jesus estava unida a autoridade e a verdade. Ele apresentou-Se como sendo a verdade (cf. Jo 14, 6) e foi em nome da verdade que Ele corporizou a autoridade (cf. Mc 1, 22).

 

 Isto significa que, em Jesus, há uma profunda circularidade entre a verdade e a autoridade: a autoridade dimana da verdade e a verdade certifica a autoridade.

 

 Nem sempre, porém, esta interacção se tem mantido ao longo dos tempos. Não raramente, apela-se para a autoridade sacrificando-se, desse modo, a verdade.

 

 São muitos os casos em que se prescinde da comum procura da verdade (que é Cristo) optando-se por se decidir unilateralmente em função da autoridade.

 

 Uma autoridade que dispense a verdade é credível? Na fé, a autoridade só é credível no âmbito da verdade, em nome da verdade. Não basta a credentidade. É fundamental a credibilidade.

 

 Em Cristo, salta à vista que a autoridade é filha da verdade. Será aceitável uma verdade que seja meramente filha da autoridade?

 

 É que a autoridade também está sob o escrutínio da verdade. Sendo a Igreja, como lembra Walter Kasper, a «casa da verdade», a autoridade tem de procurar ser sempre o eco da verdade.

publicado por Theosfera às 10:51

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