«Um homem em crise é um homem que está a sempre a crescer. Já tive muitas e espero ter mais ainda, porque assim sou obrigado a questionar-me constantemente».
Assim escreveu (luminosa e magnificamente) Paulo Coelho.
«Um homem em crise é um homem que está a sempre a crescer. Já tive muitas e espero ter mais ainda, porque assim sou obrigado a questionar-me constantemente».
Assim escreveu (luminosa e magnificamente) Paulo Coelho.
As coisas no Brasil parece que estão a azedar.
A segunda volta das eleições presidenciais promete um despique aguerrido.
E, curiosamente, são os valores que estão na ordem do dia.
O debate entre José Serra e Dilma Rousseff foi deveras palpitante.
Falou-se do aborto e da fé.
Multiplicam-se as visitas às igrejas e as declarações de militância.
As acusações sobem de tom.
As sondagens dizem que Dilma desce e Serra sobe.
A maratona parece que vai ter um final decido ao sprint.
«A ignorância é audaz. A sabedoria, reservada».
Assim escreveu (descontertante e magnificamente) Tucídides.
Diante do escritor, o jornalista não perdeu a oportunidade.
Longe das trivialidades, Luís Osório perguntou a José Saramago por que parecia sempre tão pouco alegre, depois de ter conquistado tudo.
A resposta foi desconcertante: «Talvez porque a felicidade nunca é alegre».
Não foi o Mestre dos Mestres que proclamou felizes os que choram?
Não será que muitos retiraram a fé em Deus da luta pela justiça porque nós retiramos a luta pela justiça da fé em Deus?
Pacífico não é aquele que não faz nada. Pacífico é o que faz tudo com paz.
Se pacífico fosse aquele que não faz nada (leia-se: que não incomoda), o Prémio Nobel da Paz teria ido parar a outras mãos.
O Nobel da Paz deste ano está na prisão. Sabem porquê?
Porque reclamou do governo do seu país o respeito pelos valores da «liberdade, igualdade e direitos humanos».
Também defendeu um sistema político assente na «democracia, na república e no constitucionalismo».
Por este crime, foi condenado a 11 anos de cadeia.
Foi na China? Foi no nosso mundo. Em pleno século XXI.
O mais estranho é haver, em países ocidentais, partidos que, em vez de estarem ao lado das vítimas, optam por estar contra as vítimas e ao lado dos que as condenam.
Daí que considere cada vez mais justo este Prémio Nobel.