Que a coragem é sempre a irmã gémea da paz demonstra-o a atribuição ao prémio nobel deste ano.
A China tinha feito saber, em tom de ameaça, que não aceitaria.
A Noruega, um país pequeno onde é atribuído o nobel, não se intimidou.
Quantos teriam esta ousadia?
E é assim que o activista chinês pelos direitos humanos Liu Xiaobo recebe o Prémio Nobel da Paz por unanimidade, segundo anunciou a Academia Real Ciências de Estocolmo.
O galardoado é um professor de literatura de 54 anos que passou os últimos vinte anos a entrar e sair de prisões chinesas por defender uma reforma democrática.
Foi Liu que em Dezembro de 2008 promoveu um manifesto apelando ao respeito pela liberdade de expressão e os direitos humanos.
O prémio vai criar um problema diplomático, uma vez que o que o porta-voz chinês dos Negócios Estrangeiros já tinha advertido o comité de que uma escolha desse género «colocaria as cordas erradas nas relações entre a Noruega e a China».
Parabéns ao galardoado. Parabéns à Noruega.
Não verga a columa vertebral é um precioso sinal nestes tempos que correm, cinzentos.
Contente fiquei, aliás, com a generalidade dos prémios deste ano.
Vargas Llosa ficou, finalmente, com o nobel da literatura.
Muito conhecido, ao contrário do nobel da paz, não deixa de ser um prémio justo. E, neste caso, totalmente consensual.