Andamos uma vida inteira à procura de uma chave. De uma chave que nos permita entrar e decifrar o mistério de nós mesmos, da existência, do mundo e, claro, de Deus.
O Evangelho indica-nos essa chave: é o amor.
Dizem os exegetas que Jo 3, 16 encerra a chave de leitura de todo o quarto Evangelho. Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho único.
Entedia-me sobremaneira que nos andemos a digladiar internamente com divisões e dissensões. É claro que não há unidade sem tensões. A Igreja primitiva é bem exemplo disso. Mas uma tensão reforça e mobiliza. Já as querelas e as contendas enfraquecem e descredibilizam.
Ser cristão pressupõe estar de acordo no essencial: na verdade e no amor. Sem verdade não há
amor, sem amor não há verdade.
Há vozes que taxamos de retrógradas que são mais revolucionárias que algumas vozes que (apressadamente?) incensamos como vanguardistas.
Tudo se decide na vida, nas atitudes. Mudemos. A partir do fundo. A partir de dentro. A partir de nós.
E olhemos para o outro como irmão. Não como adversário. Muito menos, como inimigo.
É preciso ser Deus para se amar tanto o Homem. E se Deus ama, como é que nós podemos não amar?