«Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos».
Assim escreveu (notável e magnificamente) Fernando Pessoa.
«Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos».
Assim escreveu (notável e magnificamente) Fernando Pessoa.
Acabei de ler um texto, num jornal, onde o autor era identificado como deputado eleito pelo Partido Socialista.
Em nome da verdade e da transparência, é uma informação que se justifica. E que, por isso, se saúda.
Daí que não perceba a celeuma que, nos últimos dias, corre por aí por causa de um deputado ter uma placa de identificação à porta de um escritório para receber as pessoas.
Trata-se de uma forma de ser identificado pelas próprias pessoas que queiram encontrar-se com ele. Não é dever dos eleitos aproximarem-se dos eleitores?
É hora de nos voltarmos para os problemas reais.
O gesto do Dr. Paulo Barradas é só para enaltecer.
Declaro que fui seu colega e continuo seu amigo, embora nos vejamos poucas vezes.
Mas a amizade não é uma condicionante para que se faça justiça.
O país tem mesmo de se preparar. A OCDE veio reforçar a percepção que ia impondo.
Os impostos vão aumentar. O custo de vida também. Os salários poderão ser congelados. Os benefícios, esses, continuarão a diminuir.
Alguém disse que, do lado da despesa pública, já não haverá muito para cortar. E do lado do cidadão contribuinte haverá mais alguma coisa para tirar?
O problema da comunicação na Igreja pode, muitas vezes, resumir-se a isto: a uma espécie de conflito entre o entendimento e a vontade.
Sabe-se o que é preciso dizer, mas parece não se querer dizer. E é isto que faz com que a nossa intervenção seja muito eufemista e híbrida, bastante pontuada por talvezes, poréns, avanços e recuos, enquadramentos.
Há um estranho receio das reacções que podem surgir, como se fosse possível elas não aparecerem ou como se fosse um drama elas dispararem.
Isto faz com que a clareza mingue. É preciso, pois, partir da convicção. É fundamental ser claro, objectivo, directo, convicto.
«Já se disse tudo, mas como ninguém ouve, é sempre necessário recomeçar».
Assim escreveu (avisada e magnificamente) André Gide.