Não tenhamos medo de desagradar.
Medo só devemos ter de uma coisa: de mentir.
Não tenhamos medo de desagradar.
Medo só devemos ter de uma coisa: de mentir.
Deixemos o outro ser outro.
Deixemos o outro ser ele.
Elementar.
Mas tão difícil.
Felizes os que não fecham as portas da sua casa e abrem as portas do seus coração.
Felizes os que estão presentes (sobretudo) nas horas difíceis.
Felizes os que não intrigam nem rumorejam.
Felizes os que tomam a iniciativa.
Felizes os que não transigem com a mentira.
Felizes (até) os que são capazes de assumir que não são felizes.
Felizes os que são verdadeiros, sinceros, honestos, compassivos, bondosos.
Continuamos apressados, agitados e prisioneiros do instante.
Houve um tempo em que o descanso era visto em função do trabalho. Servia para recarregar forças.
Agora pretende-se olhar para o trabalho em função do descanso. Suspiramos sempre pelo repouso. Mas, quando este chega, parece que não conseguimos optimizá-lo.
A única paz é a paz de Deus, sob a égide da esperança.
Ai dos que crucificam, dos que magoam, ferem e perseguem.
Ai dos que nunca choram.
Ai dos que se banqueteiam, indiferentes à dor que campeia no mundo.
Ai dos que mofam do pranto alheio.
Ai dos que pontapeiam as vítimas.
Ai dos que inocentam os culpados e culpam os inocentes.
Ai dos que não respeitam o ponto de vista dos outros nem a liberdade de cada um.
Ai dos que se julgam donos e senhores da vontade dos outros.
Ai dos que conspiram a propósito de tudo e de todos.
Ai dos que não se solidarizam com o sofrimento.
Ai dos que emitem juízos.
Ai dos que se põem no lugar de Deus.
Deles poderão ser todos os reinos. Mas não o reino dos céus.
Um dos nossos males, já advertia sabiamente o Padre Manuel Antunes, é que o negativo prevalece sobre o positivo.
Às vezes, desconfiamos mais do bem do que do mal. Achamos mais normal duas pessoas darem-se mal (ou não se darem) do que darem-se bem.
Nunca mais esqueço o que me foi reportado, há muitos anos, por alguém. Um elogio que era feito a determinada figura pública consistia no seguinte: «Aquele é que é um homem às direitas; não cumprimenta ninguém; não olha para ninguém».
Caso para dizer: assim nos deformamos, assim nos desgastamos.
Temos de mudar o olhar, a sensibilidade. O bem tem de ser acolhido, promovido, incentivado.
O mal que existe no mundo não resulta da amizade entre as pessoas, mas da inimizade entre os homens.
É preciso purificar os sentimentos. Alegremo-nos com o bem. Não maculemos o que há de bom.