Não haverá possibilidade de um encontro entre um crente e um ateu?
Sucede que a chave é mesmo essa, o encontro ou, melhor, a disponibilidade para o encontro.
O irmão ateu pode desafiar o crente para provar que Deus existe e o crente pode devolver o desafio, convidando o ateu a provar que Deus inexiste.
Temos de convir que o conceito de prova não é o mesmo. A prova é uma espécie de presença, de patentização.
Se formos a S. Tomás, verificamos que ele vê Deus no mundo, no Homem, na vida. Um irmão ateu afirma que não vê.
Eu confesso que estou sempre a provar Deus, a senti-Lo, a encontrá-Lo. Encontro-O no mundo, no Homem, na vida e, maximamente, na revelação cujo ponto culminante é Jesus Cristo.
Quando um irmão ateu diz que Deus não existe, eu entendo que ele não O encontra. Respeito isso. Mas do não encontro à não existência vai um grande passo.
Um ateu pode alegar que o crente está enganado. O crente pode redarguir afirmando que o ateu está equivocado.
O crente é pró-activo. O ateu é reactivo. Assume-se em função do que nega. Como empreender no encontro? Através da escuta mútua.
Não sou anti-ateu. Tenho a certeza de que o irmão ateu também não é anti-fé. É um mínimo que podemos optimizar.