A acção pastoral tem de ter em conta um cada vez maior número de factores. A muitos deles não estávamos habituados. Mas é impossível não os incluir na reflexão e na missão.
Hoje em dia, assistimos à deslugarização das pessoas e à despersonalização dos lugares.
As pessoas não têm lugar único: vivem num lado, trabalham noutro e é possível que passem o fim-de-semana num terceiro. Qual é a sua paróquia de referência? A quem pertencem?
Pode acontecer que procurem uns serviços num local e outros serviços noutro. Danièle Hervieu-Léger fala do crente como peregrino. É um elemento que não podemos esquecer.
O próprio conceito de comunidade eclesial já não assenta apenas (nem, quiçá, primordialmente) no território. As pessoas integram outros critérios. Nem sempre os mais consonantes com a Teologia, mas de qualquer modo são critérios que não podemos deixar de equacionar.
Acresce outro aspecto, que invade também a Igreja: a despersonalização dos lugares. Em dois sentidos. Há lugares com cada vez menos pessoas. E há lugares (inclusive os que têm muitas pessoas) onde os relacionamentos tendem a ser cada vez mais despersonalizados.
Há uma abordagem muito funcional e, por vezes, excessivamente burocratizada. Urge, por isso, colocar o enfoque na pessoa. Venha donde vier, tem de ser atendida. Pelo facto de ser pessoa.