Como assinalou Hans Küng, «todas as provas dos ateus mais eminentes chegam para tornar questionável a existência de Deus, mas não chegam para tornar inquestionável a não-existência de Deus».
Para van den Bosch, «não existe qualquer prova racional da inexistência de Deus. Não há senão convicções individuais e pressupostos. As ciências modernas não provam, em caso algum, que Deus não existe. Elas tentam explicar o mundo material de um modo puramente mecanicista, sem recorrerem à hipótese de um espírito criador inteligente, e postulam simplesmente que chegarão lá um dia, quando a ciência for acabada. O facto de conseguirem explicar certos fenómenos naturais, que se atribuíam outrora à intervenção divina, não constitui uma prova da sua inexistência, como puderam crer certos espíritos superficiais. Que o corpo do homem descenda de um antepassado do macaco e que não tenha sido directamente modelado por Deus não prova que o universo inteiro não tenha sido criado por um espírito, quer dizer, por Deus. Em geral, os ateus recusam a crença em Deus, como se fosse uma superstição primitiva e infantil. Mas as motivações psicológicas de uma crença nada provam contra a sua verdade. Eu posso acreditar devido a razões erradas e, no entanto, não me enganar».