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Quarta-feira, 19 de Maio de 2010

«Espero que, quando fores padre, te coloques ao lado dos pobres e dos trabalhadores, porque Cristo esteve do seu lado».

Assim falou (sábia e magnificamente) o pai do futuro Papa João Paulo I.

publicado por Theosfera às 19:10

«O mártir cristão não morre por uma ideia, ainda que seja a mais alta. O mártir morre por Alguém que já morreu por ele, antes».

Assim escreveu (sublime e magnificamente) Hans Urs von Balthasar.

publicado por Theosfera às 11:14

O pontificado de Bento XVI ficará dividido entre o antes e o depois de sua peregrinação apostólica a Portugal.

 

Esta é conclusão a que se chega ao conversar com os especialistas em informação religiosa ou ao ler os seus artigos - sejam eles favoráveis ou contrários ao pensamento de Joseph Ratzinger.

 

Na celebração das Vésperas, todos puderam constatar que o Papa empreendia a sua 15ª viagem apostólica internacional (de 11 a 14 de Maio) em circunstâncias particularmente desfavoráveis, por conta da crise que assola a Igreja após as revelações de abusos sexuais cometidos contra menores por sacerdotes.

 

Alguns meios de comunicação que lançaram os mais duros ataques  contra o Papa deram conta de que, já no primeiro dia da sua visita, algo estava a mudar radicalmente.

 

O New York Times publicava na internet uma crónica de Rachel Donadio na qual considerava que as palavras do Bispo de Roma dirigidas aos jornalistas tratando do assunto «foram as mais duras» que ele pronunciou sobre esta matéria.

 

Miguel Mora, correspondente no Vaticano do jornal espanhol El País, um dos jornais europeus mais condescendentes com o papado, escreveu uma análise na qual apresentava o Santo Padre com o título de O gladiador solitário.

 

«Quando os escândalos da ocultação dos casos de pedofilia clerical deram origem à maior crise da Igreja das últimas décadas, Ratzinger deu o melhor de si mesmo», escreveu, reconhecendo nele «a coragem e a ferocidade de um gladiador solitário, incompatíveis com um homem de 83 anos» na «purificação de uma Igreja pecadora».

 

A mudança na atitude dos jornalistas foi reforçada pelos números surpreendentes da visita papal.

 

O Pontífice reuniu, na esplanada do Santuário de Fátima, a 13 de Maio, uma multidão de mais de meio milhão de pessoas - 100 mil a mais que na visita de João Paulo II em 2000, quando este beatificou Jacinta e Francisco.

 

Em Lisboa, o Papa reuniu cerca de 200 mil pessoas para a Missa, e, no Porto, cerca de 120 mil. Contando todas as pessoas que estavam presentes nas ruas nos três locais visitados, provavelmente chega-se a um milhão de pessoas - num país de 10 milhões de pessoas, 10% de seus habitantes encontrara-se com o Pontífice.

 

Desta vez, os meios de comunicação não viram a habitual timidez do Papa; pelo contrário, puderam conhecer o seu lado mais íntimo, especialmente quando o viram ajoelhar-se, a 12 de Maio, diante de Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições.

 

O redactor de informação religiosa do Le Figaro, Jean-Marie Guénois, que esteve a poucos metros de Bento XVI neste momento, imortalizou estes minutos em que o Pontífice ofertou uma Rosa de Ouro à Virgem.

 

publicado por Theosfera às 11:04

Há um certo discurso que se centra unicamente na culpa.

 

Vê mal em tudo. Vê culpados em todos.

 

Sucede que este discurso, além de potencialmente injusto (quem pode julgar senão Deus?), acaba por ser rotundamente preguiçoso.

 

Estimula a inacção. Potencia a indiferença.

 

É que a pessoa, com medo da culpa, prefere não arriscar. Opta por ficar quieto.

 

Limita-se a ver passar a vida. E a quedar-se ao lado da história.

 

Mantenho o que sempre defendi e aprendi com o Evangelho: antes pecar por erro do que por omissão.

 

Eu vou para o terreno, dou conta de que errei, penitencio-me e faço diferente.

 

Agora, com o medo de errar, deixar que as coisas aconteçam e, depois, indicar culpas e culpados, isso é, de todo, insustentável. Incompaginável com o espírito de Jesus Cristo.

 

Não quero, obviamente, enveredar pela apologia da desculpação pura e simples.

 

Mas o que me entedia é um certo farisaísmo de quem só lobriga defeitos a quem faz, a quem arrisca, a quem insiste, a quem persiste.

 

É claro que quem arrisca pode perder. Mas quem não arrisca está perdido.

 

Somos humanos, podemos falhar. Mas não se deitem culpas para quem se esforça, para quem se dá.

 

O erro convive com quem trabalha. Mas não atacará muito mais quem fica a julgar?

 

Irmão, Amigo, não esmoreças quando dás conta da falha. Nem te sintas desanimado quando te apontam o dedo acusador ou te lançam um olhar inclemente, inquisitorial.

 

Continua a arriscar. Há pessoas que vêem muito. Deus vê tudo. Vê-te a ti. Com (muito) amor e paz.

publicado por Theosfera às 10:21

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