«Loucura é tudo aquilo que não deixa a razão apodrecer».
Assim escreveu (magnífica e não loucamente) Roger Garaudy.
«Loucura é tudo aquilo que não deixa a razão apodrecer».
Assim escreveu (magnífica e não loucamente) Roger Garaudy.
Talvez seja por desespero, por um forte sentimento de injustiça, por sentirem que a vida não lhes tem dado o que merecem.
Não sei quem são. Nunca os vi.
Mas, ainda assim, queria dizer-lhes que tentem pensar nas pessoas. Visitem-nas de dia e não de noite. Falem com elas na sua presença e não frequentem as suas casas na sua ausência.
Pensem no incómodo que causam e nos incalculáveis prejuízos que provocam.
Pensem também neles mesmos, nas suas famílias.
E, acima de tudo, pensem que a vida vale a pena quando é vivida com paz, quando se partilha e acolhe a paz.
O nosso mundo é belo e a nossa terra é pequena. Não a pejemos de insegurança. Semeemos nela o fermento da paz!
Domingo, 28 de Março, faz duzentos anos que nasceu Alexandre Herculano.
Parece que, oficialmente, nada será feito.
Estranho.
Em cada dia, há 84 vítimas de violência doméstica.
Continuamos a ser inundados com notícias de casos de pedofilia na Igreja.
Há quem especule sobre a intencionalidade do volume destas notícias.
Multiplicam-se as mais diversas conjecturas.
Penso que isso é secundário. Até porque toda e qualquer notícia pode esconder uma intenção. Por esse caminho não haveria imprensa.
A questão principal tem de ser: é verdade ou é mentira?
Se tudo isto for mentira, estamos perante uma monstruosidade.
Mas se tudo isto (ou muito disto) for verdade, estamos perante uma monstruosidade maior.
O mal não está na notícia. O mal está, acima de tudo, nos factos.
Ninguém julgue ninguém. Mas pensemos, antes de mais, nas vítimas.
E não deixemos de pensar na confiança que se rompe.
A única atitude a ter é a humildade. Tantas vezes, entoamos o Te Deum. Este é o momento de recitarmos (com os lábios, mas sobretudo com a vida) o Confiteor.
Há momentos para o louvor. Este é o tempo da penitência.
Penitência pelo que se faz, pelo que se não faz, pelo encobrimento, pela protecção que se dá a uns e pela desprotecção a que condenamos outros.
Há que olhar em frente de modo diferente.
Palpita-me que, por muito que nos doa, ainda temos de agradecer à comunicação social.
Custa-me ver tanta dor na praça pública.
Sobretudo porque essa dor foi amordaçada ao longo de anos.
Não façamos processos de intenção.
É claro que me preocupa se algum inocente está a ser devassado na sua reputação.
Uma coisa é certa. Cristo sofredor está em todas essas crianças. A quem foi roubado o mais precioso: o sorriso cândido de uma infância que devia ser como uma manhã tingida de azul, ridente de esperança...