O Evangelho nunca é pontual. É sempre referencial.
Nunca se circunscreve a um momento. Reporta-se a todos os tempos.
O texto que nos aparece na Missa deste dia aponta-nos uma tensão que, dois mil anos depois, ainda não está resolvida: entre o poder e o serviço.
Trata-se de uma tensão entre Cristo e a Igreja ou, para ser mais preciso, entre a Cabeça e o Resto do Corpo.
Os discípulos (origem da Igreja) pensam no poder. Jesus pensa (apenas e sempre) no serviço.
O mais intrigante é que nem a proximidade com Jesus imuniza completamente em relação à tentação do poder.
Os discípulos estavam próximos de Jesus e, ao mesmo tempo, tão distantes d'Ele no que toca às atitudes.
Jesus é muito claro. Ele não veio para distribuir poder, mas para convidar ao serviço.
Ele, o Filho do Homem, não veio para ser servido. Veio para servir. Veio para dar a vida por todos.
Eis o verbo que Jesus, o Mestre, nos ensina a conjugar mais com a vida do que com os lábios: o verbo dar.
Será que já aprendemos? Será que estamos dispostos a aprender?
A Igreja é de Jesus. Ela só pode ser a casa do amor de Jesus.