O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2010

É bom ver uma comunidade educativa relevar o crescimento espiritual dos seus membros.

 

A espiritualidade não é um compartimento. É uma alavanca, uma fibra e um horizonte que emerge da profundidade do ser e que desagua na imensidade da vida.

 

No Colégio da Imaculada Conceição, sente-se um envolvimento muito intenso de toda a gente na participação na Santa Missa.

 

A vivência escorre pelos cânticos, pelas palavras, pelos silêncios e pela nobre simplicidade que adorna a presença.

 

Obrigado pelo (belo) testemunho. As maiores felicidades!

publicado por Theosfera às 23:43

Senhor,

aceita a oferta do meu pobre ser

neste início do santo tempo da Quaresma.

Que eu Te acolha,

que eu Te ame,

que eu me aproxime de Ti

e dos irmãos.

Que a minha oração aumente.

Que o meu jejum se intensifique.

Que a minha partilha alargue e envolva.

Senhor, santifica este tempo.

Emoldura-o com a unção que vem de Ti.

Que as palavras sejam de paz e de amor.

Santa Quaresma!

publicado por Theosfera às 15:51

Hoje é dia de jejum.

Façamos jejum da carne e do peixe caro.

Façamos jejum das palavras ofensivas,

dos sentimentos torpes,

das insinuações cruéis,

da ostentação,

dos juízos temerários,

das mentiras,

da luxúria e do prazer fútil.

Façamos jejum dos excessos e da desesperança.

Inoculemos a paz de Jesus

no nosso coração.

Santo Jejum!

publicado por Theosfera às 15:50

1. Depois da Terça-Feira de Carnaval a Quarta-Feira de Cinzas. Após o Entrudo a Quaresma. (Aliás, chama-se Entrudo por ser precisamente entrada na Quaresma). E, de facto, já estamos na Quaresma.
 
Dir-se-ia que é o tempo litúrgico que mais se assemelha à vida humana. Muito mais que o Carnaval. Poucos, com efeito, encontrarão motivos para folia. Pelo contrário, o que mais nos pedem são sacrifícios.
 
A Quaresma é um tempo de penitência e o que mais se vê, hoje em dia, são pessoas com uma vida inteira de penitência.
 
Temos a penitência da crise. Temos a penitência de ouvir falar da crise e, ainda por cima, a toda a hora. Temos a penitência do desemprego. Temos a penitência da criminalidade. Temos a penitência da injustiça. Temos a penitência da pobreza, da exploração, da fome.
 
Pode parecer, por isso, pouco oportuno (e até desumano) vir apelar a mais penitência. Que maior pode ser a penitência de quem não tem pão para comer ou casa para habitar? Que maior pode ser a penitência de quem perdeu o emprego?
 
Como bem lembrou o Padre Ignacio Ellacuría, a Cruz tem uma permanente actualização histórica. Há pessoas crucificadas nas esquinas da existência. Cristo continua a ser torturado, condenado e morto em tantos deserdados da sorte, em tantos abandonados da vida: Ele está neles.
 
 
2. É fundamental, portanto, que quem faz apelos à penitência apresente também gestos visíveis de despojamento.
 
Na sua bela mensagem quaresmal, o Santo Padre exorta os cristãos a unir o jejum à solidariedade: «Jejuar voluntariamente ajuda-nos a cultivar o estilo do Bom Samaritano, que se inclina e socorre o irmão que sofre. Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente».
 
Isto significa que aquilo de que nos privamos há-de ser oferecido a quem precisa. Veremos então que muitos passam mal porque nós não nos importamos. E notaremos que o nosso supérfluo é essencial para eles.
 
Se somos capazes de jejuar por razões egoístas, porque é que não havemos de jejuar por razões altruístas? Não falta quem reduza ao alimento para perder peso, para ser elegante. Porque não reduzir ao alimento para ajudar quem tem menos, quem tem quase nada?
 
 
3. Urge que nos habituemos a fazer do outro o centro do nosso ser, o centro da nossa preocupação, o centro da nossa vida.
 
Temos, pois, de nos des-centrar para nos re-centrar. O nosso centro só pode ser o centro de Cristo.
 
O centro de Cristo foi sempre Deus e o Homem. O centro dos membros da Igreja de Cristo só poderá ser Deus e o Homem. Daí o grande tripé que alavanca toda a trajectória quaresmal: a oração (relação com Deus) e o jejum e a esmola (partilha com o ser humano).
 
Sabemos, por exemplo, que, no dia 25 de Janeiro, 120 milhões de cristãos de 39 países promoveram uma jornada de oração e de jejum pela justiça no Zimbabwe.
 
Muita coisa poderá ser feita. Porque não, por exemplo, oferecer o peditório de um mês nas paróquias para ajudar os mais carenciados?
 
Uma Igreja pobre será sempre uma Igreja próxima, uma Igreja capaz de interpelar.
 
 
4. Façamos penitência apoiando quem tem de fazer penitência. A penitência por opção é um gesto de comunhão para com quem tem de fazer penitência por imposição.
 
Despojemo-nos da carne e do peixe caro, levando um pouco de pão a quem nada tem para comer.
 
Mas porque não fazer também, de vez em quando, jejum do automóvel desanuviando o ambiente? Porque não fazer jejum do cigarro, contribuindo para a minha saúde e para a saúde do meu semelhante? Porque não fazer jejum de televisão ou na net, dando mais atenção aos outros?
 
Façamos também jejum de imagens e de palavras. E não deixemos de fazer jejum dos juízos precipitados, das acções agressivas e dos sentimentos violentos.
 
Deixemos que a bondade brilhe. Que a paz se instale. Que a justiça floresça. E que o amor vença.
 
Não foi por tudo isto que Ele [Jesus] deu a vida?
publicado por Theosfera às 15:48

«Mais do que de Pão, mais do que de Emprego, mais do que de Saúde, precisamos de Espiritualidade. Tudo o mais - Pão, Emprego, Saúde - é importante, imprescindível, até, mas tudo pode tornar-se perverso sem Espiritualidade».

Assim escreveu (estupenda e magnificamente) o Padre Mário de Oliveira.

publicado por Theosfera às 15:44

É pena que nós, católicos, não atribuamos o devido valor ao jejum. Em muitos casos, ele é confundido com a mera abstinência.

 

Se olharmos para Jesus Cristo, a referência normativa por excelência, verificamos que o jejum teve uma importância determinante. Foi pelo jejum que Ele começou a Sua vida pública. O mal só é vencido com a oração e o jejum.

 

Neste sentido, faz pensar o que disse um patriarca monofisita do Egipto no fim de uma visita a Roma: «Compreendi que a nossa fé em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, é idêntica. Mas fiquei a saber que a Igreja Romana aboliu o jejum [o que não é totalmente verdade, diga-se] e sem jejum não há Igreja».

 

Sendo a alimentação um dos actos centrais da vida biológica do Homem, o jejum é uma expressão eloquente do primado absoluto de Deus.

 

Como refere Joseph Ratzinger, «sem uma expressão também corporal, o primado de Deus dificilmente se torna o momento decisivo da vida humana».

publicado por Theosfera às 15:43

«Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos».
Assim escreveu (magistral e magnificamente) Aurélio Agostinho de Tagaste.
publicado por Theosfera às 15:41

E, afinal, já estamos na Quaresma.

 

Hoje é Quarta-Feira de Cinzas.

 

Que este tempo nos ajude a aproximar do essencial: da verdade, da bondade, do amor, do Home, de Deus.

publicado por Theosfera às 15:32

Na manhã de segunda-feira, deparei com um problema grave no computador. 

 

Rapidamente, concluí que não era capaz de o reparar. Graças a Deus, encontrei dois bons (óptimos) samaritanos, que, prontamente, apareceram e fizeram com que tudo fosse remediado.

 

Queria salientar não apenas a competência, mas, acima de tudo, a prontidão, a disponibilidade, a humildade, a simpatia e a amizade.

 

Vale a pena viver para encontrar pessoas diferentes. Que têm alegria em servir.

 

Muito obrigado. Do fundo do coração. Que Deus os abençoe. 

publicado por Theosfera às 15:28

Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2010

Na madrugada da minha vida, também sonhei.

 

Sonhei com uma vida melhor e com um mundo diferente.Sonhei com o fim das guerras e com o termo das injustiças.

 

Sonhei que era possível abater muros e construir pontes.Sonhei que os ideais sobrelevariam os interesses e os cálculos.

 

Sonhei que a transformação estava em marcha.Sonhei que, no tempo expectável da minha existência, iria ver a realidade que as esperanças iam desenhando.

 

Eram os anos 60, a virar para os anos 70.À distância a que, agora, já nos encontramos, é fácil tingir esses tempos e avaliar os sentimentos que neles acalentávamos. Não é difícil dizer que éramos todos ingénuos.

 

Talvez fôssemos. Mas acreditem que éramos felizes assim.Sentíamos que qualquer coisa nova pairava no ar e que, depressa, se alojava nos nossos corações.

 

Não conseguíramos nada. Mas acreditávamos em quase tudo. Era o tempo das gaivotas a voar e das papoilas a florir.

 

E não é a Primavera a estação que mais nos encanta? Não é nela que colhemos, mas a sementeira chega a ser mais entusiasmante que a própria colheita.Não é, tantas vezes, a véspera de uma festa mais sentida que a própria festa?

 

A vida ensina-nos que somos, frequentemente, seres da tarde que preparam um amanhecer que pode acabar por nunca surgir.

 

Mas mesmo que a manhã não venha, alguém poderá provar que não valeu a pena o esforço do tempo de véspera?

 

Na madrugada da minha vida, sonhei com um mundo em que os sorrisos eram sinceros.

 

Sonhei com um tempo em que ninguém seria discriminado por qualquer motivo.

 

Sonhei com um mundo em que as pessoas fossem respeitadas por serem pessoas.

 

Sonhei com um mundo em que todos se preocupassem com todos.

 

Sonhei, no fundo, com o mundo em que os sonhos de criança e de jovem não fossem devorados pelos adultos. Sonhei, enfim, com um mundo de mãos unidas, sem desconfianças.

 

Hoje, continuo a sonhar e, apesar de tudo, a acreditar. Tenho, porém, quase a certeza de que não verei o que gostava de ver. Será, porém, isso motivo bastante para me sentir frustrado?

 

Foi com este estado de espírito que cheguei ao encontro do grande Luther King e do sermão que proferiu um dia antes de ser assassinado.

 

Confesso que, como a ele, também a mim me custa olhar para a vida como um máquina destruidora de sonhos: «A vida é uma história contínua de sonhos desfeitos». Tantas vezes nos passa pela cabeça a ideia de que «o nosso esforço de nada vale».

 

Acontece que «a vida é mesmo assim. E o que me dá felicidade é que ouço uma voz que vem do fundo dos tempos para me dizer: "Pode não vir hoje ou amanhã, mas é bom que tenhas o sonho dentro do teu coração. É bom que tentes". Talvez vós também não o vejais. O sonho pode não se realizar, mas, se tendes o desejo de o realizar, isso já é bom».

 

Importa ter presente que Deus não nos julgará por uma parcela do nosso ser, mas pela totalidade da nossa vida. «Deus sabe que os Seus filhos são frágeis. O que Deus exige é que tenhamos o nosso coração cheio de rectidão».

 

Se dermos conta de que ainda nos falta rectidão, peçamos a Deus que no-la dê. O importante não é tanto o que conseguimos, mas o que tentamos.

 

«Fazei com que alguém possa dizer de vós: "Pode não ter atingido o cume mais alto, pode não ter realizado todos os seus sonhos, mas tentou".Não é maravilhoso que digam isso de nós? "Ele tentou ser um homem bom. Tentou ser um homem honesto". E eu ouço uma voz que exclama: "Eu aceito-te. Recebe a Minha graça porque tiveste sempre no teu coração a vontade de ser bom"».

 

Não nos podemos deslumbrar nos momentos de euforia, nem deprimir nas horas de abatimento. O que não podemos jamais é renunciar. Não podemos renunciar ao sonho nem ao esforço.

 

Às vezes, até os piores instantes podem ser fecundos. A noite amedronta porque é escura, mas não é «na noite escura que se vêem as estrelas»?

 

Urge porfiar não por lugares, não por interesses, mas, acima de tudo, por ideais, por valores. De uma vez para sempre, é hora de nos decidirmos «a ser homens, a ser gente».

 

Pela frente, «temos dias difíceis». Ter uma vida longa é uma aspiração legítima para todo o ser humano. Luther King não fugia à regra, mas o mais importante, para ele, era «fazer a vontade de Deus».

 

Luther King não viu a realização do sonho. O fim da discriminação racial veio mais tarde. Mas foi o seu sonho e a coerência do seu testemunho que permitiu desbravar caminhos.

 

Por isso, ele pediu para ser lembrado não como o homem que conseguiu, mas como o homem que sonhou, o homem que tentou. Que tentou «consagrar a sua vida ao serviço do próximo». Que tentou «amar alguém». Que tentou «ser justo». Que tentou «amar e servir a humanidade».

 

Não pediu para ser recordado como alguém consensual, mas como um chefe de partido: do partido da justiça, do partido da paz, do partido da rectidão.

 

Eis a única herança que conta. Não é o dinheiro. Não são as coisas valiosas nem o luxo da vida. «A única coisa que quero deixar é uma vida de militância, de testemunho».

 

Os sonhadores podem ser eliminados. Mas o sonho nunca morrerá!

publicado por Theosfera às 22:34

Domingo, 14 de Fevereiro de 2010

Tem dois anos. Sorri de uma forma contínua. Não soletra. Fala. Com fluência. Com encanto. Já com todas as sílabas. Vê-se-lhe a alma a transbordar pelos olhos.

 

A certa altura pensei: o que este menino não irá sentir quando vir que o mundo é o contrário de tudo isto? Como é possível desencantar o encanto de uma criança?

 

Mas, logo depois, pensei ao contrário: pode ser que os mais crescidos, ao repararem no encanto puro de uma criança, parem para pensar e resolvam mudar.

 

Habitualmente, são os mais pequenos que aprendem com os adultos. Não será hora de os adultos aprenderem com os mais pequenos?

 

O poeta bem nos avisa: o melhor do mundo são elas, as crianças.

 

Enquanto uma criança sorrir, a esperança não morrerá! Um mundo melhor é possível? Quando olho os olhos de uma criança, acredito que sim!

publicado por Theosfera às 15:38

O Governo que governe. A Oposição que vigie. A Justiça que funcione. A Comunicação Social que informe.

 

Que cada um cumpra o seu papel.

 

Que não controlem os passos dos outros. Que se acautelem na sua missão. E que todos cuidem da comunidade, maxime dos mais pobres.

 

Será pedir muito?

 

 

publicado por Theosfera às 15:26

O Carnaval está associado à máscara. Mas sou tentado a dizer que não é só no Carnaval que há máscaras.

 

Vergílio Ferreira ia mais longe: «Que ideia a de que no Carnaval as pessoas se mascaram. No Carnaval, desmascaram-se».

 

Não é uma máscara que, tantas vezes, nos atravessa na relação com os outros e até connosco mesmos?

 

Não deixa de ser curioso. Na sua génese, a palavra pessoa vem do grego prosopon, que significa...máscara.

 

Os actores gregos representavam sempre com máscara.

 

Há tantas máscaras a toldar o nosso quotidiano.

 

Que elas caiam. Aprendamos com a diáfana transparência das crianças. Sejamos nós mesmos. Deixemos que Cristo seja em nós. Ele foi sempre igual a Si mesmo. Mesmo quando isso Lhe custou a própria vida!

publicado por Theosfera às 15:02

Habitualmente, prestamos pouca atenção à oração (chamada colecta) que se recita antes da Liturgia da Palavra.

 

Mas ela é muito importante e bastante significativa. Ambienta-nos à celebração, mas impulsiona-nos igualmente à vivência. A uma vivência em conformidade com a celebração.

 

Na oração colecta da Missa deste Domingo, reconhecia-se que «Deus está presente nos corações rectos e sinceros».

 

A conduta é fundamental. Não são os discursos que convencem. Ou, então, convencem quando estão respaldados por uma conduta limpa, sincera.

 

Sincero quer dizer (etimologicamente) sem cera, ou seja, sem artifícios. A autenticidade é decisiva.

 

As pessoas que se afastam da Igreja não o fazem por qualquer divergência doutrinal. Afastam-se sobretudo por causa da incoerêncoa testemunhal.

 

Jesus, hoje, era causticante no Evangelho. Advertia-nos para a tentação da posse, para o perigo de querer agradar e repetia: Felizes os pobres, os que choram, os que são perseguidos e caluniados por Sua causa.

 

Qual é a nossa causa?

 

Voltando à oração colecta de hoje, ela termina com um pedido: que vivamos de tal modo que possamos ser Sua morada, morada de Deus.

 

Deus está na rectidão, na sinceridade. Definitivamente!

publicado por Theosfera às 14:53

 

A Igreja é uma comunhão, um mistério de comunhão.Sabemo-lo desde sempre, mas não nos apercebemos há muito.
 
Foi sobretudo o Concílio Vaticano II (na sequência da investigação teológica que se foi efectuando) que nos chamou a atenção para a centralidade da comunhão.
 
E, vinte anos mais tarde (em 1985), o Sínodo dos Bispos advertiu que comunhão é o conceito mais adequado para compreender (e compendiar) toda a visão conciliar sobre a Igreja.
 
Mas o que é exactamente a comunhão?Talvez seja melhor começar pela via negationis: o que não é a comunhão?
 
A comunhão não é, obviamente, compatível com o individualismo. Mas também não é compaginável com a mera adição.
 
A comunhão não consiste, por exemplo, no simples facto de estarmos todos juntos. Pode ajudar mas não basta. A comunhão consiste em caminharmos todos em conjunto.
 
Às vezes, estamos juntos para desvelarmos a nossa descomunhão.
 
A comunhão não se sobrepõe à pessoa. Respeita e integra cada pessoa.
 
A comunhão é, antes de mais, acolhida e, por isso, rezada. Quem funda a comunhão da Igreja é a comunhão trinitária.
 
É este o percurso do Concílio: começa por Deus para chegar à Igreja e, de certo modo, para atingir o mundo.
 
Efectivamente, tão necessária como uma eclesiologia da comunhão é uma antropologia da comunhão.
 
Só existe, portanto, comunhão quando estamos sintonizados no mesmo Senhor, na mesma Igreja.
 
Existe comunhão quando partilhamos a mesma fé, a mesma esperança, o mesmo amor, as mesmas preocupações, os mesmos ideais.
 
Existe comunhão quando nos preocupamos com o irmão, com o outro, próximo ou distante. Quando lhe telefonamos. Quando lhe damos uma oportunidade. Quando respeitamos as suas palavras ou os seus silêncios.
 
A comunhão é sempre realidade e é sempre projecto. A realidade nunca atingirá o patamar ínsito no projecto.
 
A realidade fica sempre aquém.Deste modo, a comunhão é sempre passível de crescer.
 
Neste mundo, nunca estaremos no zénite da comunhão.Mas devemos tender para ele.
 
Sem comunhão, não há Igreja.Sem comunhão, não há vida.
publicado por Theosfera às 14:51

Sábado, 13 de Fevereiro de 2010

Neste tempo de horizontes estreitos, é fundamental que alarguemos o olhar.

 

O bem que se pratica vale muito mais que o mal que, eventualmente, se defenda.

 

O mal não tem força para obscurecer o bem. O bem é que, com a sua luz, supera o mal.

 

Quem pratica o bem (seja quem for) só pode ser inspirado por Deus.

 

Não vejo Deus longe de quem ama o próximo, de quem dá a sua vida pelos mais débeis.

 

Quanto a juízos, deixemo-los para Ele, para Deus.

 

Se tanta coisa nos afasta, por que não valorizar o que nos aproxima?

 

O Evangelho deste Domingo é contundente: «Ai de vós quando todos vos elogiarem».

 

Ninguém é perfeito. Mas, mesmo nas nossas imperfeições, há uma imensidão de bem semeado.

 

Discutamos todas as opiniões. Mas não deixemos de reconhecer o que a realidade nos mostra.

 

Muita paz no Senhor. Uma santa noite para todos.

 

 

publicado por Theosfera às 21:28

Bento XVI visitará, amanhã, as instalações da Cáritas diocesana de Roma, situadas na estação ferroviária central da capital italiana (Termini). O encontro começará às 9h00 (hora de Lisboa).

 

A deslocação do Santo Padre adquire um significado especial por se realizar no início do Ano de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, promovido pela União Europeia em 2010. Durante a visita, Bento XVI encontrar-se-á espiritualmente com todos os carenciados do continente.

publicado por Theosfera às 21:26

As presidenciais já mexem e há nomes a saltitar.

 

Hoje, alguém alvitra a possibilidade de o Dr. Fernando Nobre, fundador da AMI, avançar.

 

Como é óbvio, não vou tomar partido em questões políticas.

 

Só tenho a dizer que o Dr. Fernando é mesmo nobre. É um enorme ser humano, um homem compassivo, sempre de mala feita para socorrer quem precisa.

 

Trocou a carreira e sacrificou até a família pela causa da humanidade sofredora.

 

É alguém que não vem dos partidos. É alguém que emerge da sociedade civil, da solidariedade, da tolerância, da compaixão, da dedicação aos outros.

 

Credenciais não faltam ao Dr. Fernando Nobre. É um homem bom. Como precisamos de bons! Na política. Em toda a vida!

publicado por Theosfera às 15:57

Nada faças que possa irritar o teu irmão.

Pacifica a tua linguagem.

Modera os teus sentimentos.

Dulcifica a tua sensibilidade.

Sê paz!

 

publicado por Theosfera às 14:46

Procuro não alimentar tabus, mas há assuntos sobre os quais entendo que o melhor é nada dizer. Não é por medo. É apenas por respeito, por gratidão, por amizade. Porque acerca de certas pessoas é o que quero que prevaleça: o meu imenso reconhecimento. 

 

O sentido de gratidão que me acompanha jamais me autoriza a pronunciar-me sobre certas figuras, a quem muito (mesmo muito) devo.

 

Nos últimos dias, voltei a ouvir falar de uma possível investigação à obra de Andrés Torres Queiruga. Há quem fale de uma eventual condenção da mesma.

 

Sobre muitos assuntos, toda a gente sabe que penso diferente, embora nunca tivéssemos tido nenhuma polémica. As nossas conversas foram sempre muito fraternas, muito amigas, muito serenas.

 

O Prof. Andrés Torres Queiruga ajudou-me imenso nos meus estudos. Fê-lo não apenas com sentido profissional, mas com muita amizade e enorme calor humano.

 

Aliás, quando eu me dirigia a ele como rev.mo senhor Prof. Torres Queiruga, ele respondia-me logo: Não, João, apenas Andrés.

 

Os seus mails começavam sempre por querido João. Comecei, por isso, a retribuir-lhe (embora com algum estremecimento) com querido Andrés.

 

E, como as mães nunca se enganam, tenho o testemunho da minha querida Mãe, ela mesma desvanecida com a delicadeza com que o grande teólogo se lhe dirigia. É, realmente, alguém com uma grandeza de alma e uma dimensão humana dificilmente igualável.

 

Em figuras com o seu estatuto, não é habitual divisar-se tamanha sensibilidade e simplicidade.

 

O seu pensamento é certamente discutível. Ele sabe-o melhor que ninguém. Mas a sua qualidade como pessoa resiste a qualquer prova.

 

É um homem que fala, que pensa e que sente. Que se entusiasma e que entusiasma.

 

Como pessoa, haverá certamente igual. Não conheço, porém, ninguém melhor.

 

Há muita gente grande. Mas há poucos que saibam ser grandes. Andrés consegue ser luminosamente simples na sua grandeza.

 

Não paira lá do alto. Acompanha. É mestre. Sabe ser amigo.

 

Por isso, jamais me ouvirão uma palavra crítica acerca de Andrés Torres Queiruga. Espero que compreendam que a amizade admite excepções.

 

Sei que Aristóteles disse ser amigo de Platão, mas mais amigo da verdade. Cem por cento de acordo. Mas a minha devoção pela verdade é inseparável da fidelidade que devo a quem sempre me ajudou e encorajou.

 

Há muito que não falo com Andrés. Nunca se apagará, em mim, a dívida de gratidão que tenho para com ele. É impagável: o que ele fez e o modo como o fez.

 

Rezo para que tudo se esclareça. Sei que tudo vai acabar bem. Entre irmãos na fé é sempre muito mais aquilo que une do que aquilo que separa. 

publicado por Theosfera às 14:22

Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2010

Tem hoje uma grande oportunidade de encontrar Deus.

 

Ele está dentro de si, na sua consciência.

 

Visite-O nesse santuário. Acolha-O no seu coração.

 

Que Ele lhe dê toda a paz.

 

Uma santa e feliz noite. Sempre com Ele!

publicado por Theosfera às 23:31

Leio, desde há muito, os textos de Catalina Pestana.

 

É uma inconformista, uma pessoa de convicções e uma mulher de fé.

 

No artigo de hoje toca numa ferida muito sensível: a crise das elites que, depois, se dissemina como tumor pelas camadas populares.

 

Os professores universitários, outrora, impunham-se pelo saber e pela excelência. O nível científico e a qualidade humana atingiam patamares superiores.

 

Hoje em dia, «já não se discutem sobretudo conceitos, nem conhecimento, mas pequenos poderes».

 

Isto faz muita diferença. Toda a diferença?

publicado por Theosfera às 20:49

«A virtude mais importante em tempos de crise é o carácter».

Assim escreveu (sábia e magnificamente) Charles de Gaulle.

publicado por Theosfera às 20:46

As mudanças foram corporizadas por quem teve a coragem de romper e a ousadia de arriscar.

 

As situações excepcionais devem ser tratadas excepcionalmente. Às vezes, invoca-se a lei como um escudo contra a justiça.

 

Humildemente, estou com todos os inconformistas. Jesus foi o maior de todos eles. A Sua paz não é um sedativo. É obra do compromisso com a justiça. 

 

E não esqueço o que disse a grande Lourdes Pintasilgo: «A fé é a paz da permanente inquietação».

 

Nunca a fé pode ser vista como anestesia. E a fé está amassada na justiça. Jesus fala muito da justiça. Esta é a prioridade. Sem compromisso com a justiça, haverá fé?
 

publicado por Theosfera às 16:25

Tenho nostalgia de um tempo em que, apesar dos excessos, se acreditava no amanhecer de um dia inteiro e limpo.

 

Acalenta-me, agora, em que vemos os ideais imolados no altar dos interesses, a esperança de que dos escombros uma luz havemos de vislumbrar.

 

Amoz Oz diz que pressente que, depois da sua morte, qualquer coisa de belo irá acontecer.

 

Se tivermos de contribuir com a nossa sementeira, outros virão colher.

 

Há um sermão de Luther King, proferido na véspera de ser assassinado que diz muito. Ele sabia que não ia conseguir realizar o sonho. Mas estava tranquilo porque tinha tentado.

 

Este é o tempo da procura, da persistência. O que não se pode é renunciar.

publicado por Theosfera às 16:21

Falta sol no céu. Falta o Sol nos quiosques.

 

Enquanto as nuvens tapam o sol, as máquinas vão imprimir uma  nova edição do Sol.

 

Fala-se, portanto, muito do Sol.

 

Mas não é entusiasmante o ambiente.

 

Precisamos de uma nova esperança.

publicado por Theosfera às 13:59

«É fácil amar a humanidade, difícil é amar o próximo».
Assim escreveu (pertinente e magnificamente) L. Crescenzo.

 

publicado por Theosfera às 11:42

 

É sabido que o mundo não está bem.
 
A democracia facilitou o acesso ao consumo. Mas tal acesso ao consumo não tem a devida correspondência em justiça e bem-estar.
 
Aflige-me ver tanta gente pobre pelas ruas e pelas casas. E tanto desperdício e tamanha ostentação!
 
Mas quando vejo uma greve geral, a minha sensação é dupla. Compreendo os motivos, sou solidário com quem tem compromissos e não consegue meios para os satisfazer.
 
Por outro lado, continuo a pensar que o diálogo é a melhor via, a única via.  Será que um grito vale mais que uma conversa serena?
 
Uma coisa, no entanto, é certa. É difícil ser político, governante, empresário. Mas duro mesmo, hoje em dia, é ser cidadão.
 
O fim do mês, em muitas casas, vem tingido pelo breu da incerteza...
publicado por Theosfera às 11:37

As normas são para cumprir. A verdade é para respeitar.

 

Sei que não é fácil divisar a medida certa e a linha justa. Mas o que me preocupa não é apenas a divulgação das escutas. É também o conteúdo das mesmas. É tudo o que anda atrelado a estes tempos em que a vontade de poder luta com o poder da vontade.

 

Há quem veja adversários em toda a parte. Daí a tendência para controlar, para afastar.

 

E, neste capítulo, qualquer pretexto serve. Como advertia Chesterton, nem ter bom feitio ajuda. «Infelizmente, acontece o bom feitio ser, às vezes, mais irritante que o mau feitio».

 

É verdade que se o jornalismo não fosse acutilante, não teríamos tanto sensacionalisma. Mas também não teríamos tanta denúncia.

 

Mais uma vez aquiesço a Chesterton: «Não foi o mundo que piorou; as coberturas jornalísticas é que melhoraram muito».

 

No fundo, no fundo, não é fácil conviver com a liberdade. Já dizia Ronald Reagan nos idos de 80: «A tocha da liberdade é quente. Aquece aqueles que a seguram. E queima aqueles que a tentam extinguir».

 

Há que despoluir a convivência. Há que pugnar pela verdade, pela rectidão e pela justiça. Só assim haverá paz.

publicado por Theosfera às 11:26

Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2010

Esta é uma noite em que vamos adormecer na expectativa de escutas que, amanhã, ao acordar, poderemos ler.

 

Este é um tempo em que a comunicação social parece mais célere que a justiça.

 

Este é um tempo em que, além do medo induzido, existe o medo incorporado.

 

As pessoas de coragem são silenciadas, postas de lado ou removidas, ainda que sob a capa de uma ou outra promoção.

 

Há muitos casos sob os quais cai a neblina da suspeita: a saída de Moniz e Manuela Moura Guedes, o fim dos artigos de Mário Crespo, o abandono de José Manuel Fermandes da direcção do Público.

 

Nem sempre se concordaria com o que diziam. Mas, como lembrava Voltaire, mesmo não concordando com alguém, daria a vida para que ele se possa expressar. Não é esse o sumo da liberdade?

 

Muitas explicações são possíveis. O que é certo é que estamos a viver um tempo em que a liberdade começa a ser um bem escasso.

 

Quem é diferente, quem incomoda, quem alerta não tem lugar. É proscrito.

 

Esta é, pois, uma noite em que me lembro de Sophia de Mello Breyner Andresson. Como não recordar estas palavras?

 

Este é o tempo
Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.

Será que vamos mesmo renunciar?

 

Admiro, pois, quem não desiste. Admiro quem resiste. Admiro quem corre riscos. Admiro quem não fica à espera que a inércia faça o que ao Homem cabe fazer.

 

Admiro quem se mantém inteiro e livre. Admiro quem não renuncia aos ideais. Admiro quem não renuncia a ser. Mesmo na noite escura.

 

São estes que melhor seguem Jesus, o maior inconformista da História. Ele é luz nesta (nova) noite escura.

 

Para quem não renuncia a luz brilhará.

 

As mudanças fizeram-se com poucos. Com os poucos que não se resignaram. Com os poucos que não renunciaram. Nem recuaram!

publicado por Theosfera às 23:28

Deus é Pai que nos ama com amor de Mãe.

 

Experimente esse amor, permanentemente desvelado.

publicado por Theosfera às 21:34

É bom ver uma comunidade educativa relevar o crescimento espiritual dos seus membros.

 

A espiritualidade não é um compartimento. É uma alavanca, uma fibra e um horizonte que emerge da profundidade do ser e que desagua na imensidade da vida.

 

No Colégio da Imaculada Conceição, sente-se um envolvimento muito intenso de toda a gente na participação na Santa Missa.

 

A vivência escorre pelos cânticos, pelas palavras, pelos silêncios e pela nobre simplicidade que adorna a presença.

 

Obrigado pelo (belo) testemunho. As maiores felicidades!

publicado por Theosfera às 21:27

Foi com sincero contentamento que tomei conhecimento da atribuição do Prémio Mérito Cultural ao Dr. Joaquim Sarmento.

 

A escolha pertence a uma Comissão nomeada pela Câmara Municipal de Lamego. Esta, por sua vez, decidiu atribuir também a Medalha de Ouro da Cidade.

 

As distinções vão ser entregues no próximo dia 23 deste mês de Fevereiro no Teatro Ribeiro Conceição em sessão que assinalará a reabertura desta casa de cultura e espectáculos.

 

O Dr. Joaquim Sarmento tem uma folha de serviços interminável na cidade e no país. São diversos (e amplamente) conhecidos os campos em que se exerce a sua intervenção.

 

À advocacia e à política acresce uma intervenção cultural de grande fòlego e apuradíssima sensibilidade.

 

São várias as obras em diferentes âmbitos. O ensaio, a crónica e o romance têm sido cultivados com sublime mestria e adornado esmero.

 

A sua mais recente publicação («A Revolução de António e Oriana») tem tido um eco bastante amplo em todo o Portugal, consagrando o Dr. Joaquim Sarmento como um notável tecedor de tramas e personagens que, num registo de ficção, retratam fidedignamente a nossa realidade.

 

Os galardões que ora lhe são atribuídos funcionam, sem dúvida, como reconhecimento. Mas despontam igualmente como um estímulo. Ainda há muito a esperar do Dr. Joaquim Sarmento.

 

Os meus parabéns.

 

publicado por Theosfera às 16:27

Karl Rabeder é um empresário austríaco de sucesso. O homem de 47 anos conseguiu construir uma fortuna de mais de quatro milhões e meio de euros e vive numa confortável mansão nos Alpes, com um lago, sauna e uma vista espectacular das montanhas.

 

 

No entanto, Rabeder não quer mais saber do luxo e do conforto que o dinheiro trouxe. Para o empresário, falta o ingrediente mais importante da vida: a felicidade.

 

Por isso, o austríaco resolveu vender a sua mansão nos Alpes, a sua fazenda em Provence, a sua colecção de seis planadores, o seu Audi A8 de luxo... O milionário pôs absolutamente tudo a venda.

 

E todo o seu dinheiro será doado para um projecto de microcrédito a pequenos empreendedores da América Latina.

 

Rabeder não quer mais ficar com um centavo: «A minha ideia é ficar sem nada. O dinheiro impede que a felicidade venha à nossa vida.

 

O empresário vai viver numa pequena casa de madeira nas montanhas ou num quarto em Innsbruck.

 

Durante muitos anos, Rabeder pensou tomar esta atitude drástica, mas não sentia coragem. Porém, após uma viagem ao Havai, o austríaco percebeu que teria de tomar uma atitude.

 

O milionário conta que a vida de cinco estrelas é vazia e falsa: «É um estilo de vida horrível, sem alma. A gente passa o tempo todo como actores. Não conhecemos uma única pessoa real».

 

Desde que começou a vender os seus bens, Rabeder afirma que se sente livre. Mas o empresário não condena os milionários que vivem de maneira luxuosa: «Não aconselho ninguém a seguir o meu exemplo. Eu estou apenas seguindo a voz do meu coração e da minha alma».

 

publicado por Theosfera às 16:11

Confesso que sinto uma profunda nostalgia de tempos em que sorríamos de felicidade por ver acontecer aquilo em que acreditávamos.

 

Um dos dias em que experimentei essa (reconfortante) sensação foi precisamente o dia 11 de Fevereiro de 1990.

 

Nesse dia, um sorridente e muito calmo Nélson Mandela saía da prisão, onde estivera 27 anos.

 

Despojado, disse que vinha «não como profeta, mas como humilde servo do nosso povo».

 

Que belo o tempo em que se lutava e sofria, não por interesses, mas por ideais! Sobretudo por ideais como a justiça, a liberdade, a paz!

publicado por Theosfera às 11:42

Não posso esquecer, neste dia de Nossa Senhora de Lourdes, quem é acometido pelo mistério da dor, pelo mistério do sofrimento.

 

Penso na dor física, na dor moral, na injustiça. Penso nas vítimas da calúnia, da difamação, da inveja, da intriga malsã, da insinuação torpe. Estou com todos. Rezo por todos.

 

Não esqueço também tanta gente que, de perto ou de longe, me pede oração.

 

A minha oração é pobre, muito pobre. Mas ofereço-a com a melhor vontade.

 

Tenho a certeza de que todos irão melhorar. O sol da felicidade há-de brilhar me todos os corações!

publicado por Theosfera às 11:18

O que mais me dói é a falta de misericórdia.

 

O que mais me encanta é a bondade.

 

Onde a encontro? No coração das pessoas. Na rua. No povo. Nos pobres.

publicado por Theosfera às 11:16

Tanta coisa para pensar. Tanta coisa para mudar. Tanta coisa para fazer. Por onde começar?

 

Quando a tarefa é enorme, o desalento surge e a tentação aparece.

 

Quando há muitos objectivos à frente, pouco se vê e nada se faz.

 

Procuremos discernir, então, e peguemos, para já, num mínimo a alcançar: decência.

 

Com decência, tudo. Sem decência, nada.

 

Decência no coração. Decência nos lábios. Decência na vida.

publicado por Theosfera às 11:16

É sabido como, hoje em dia, tudo o que é oriental atrai, seduz. O budismo, então, detém uma capacidade de fascínio verdadeiramente espantosa. Porquê?

 

Com mais um livro budista nas mãos, a luz começa a fazer-se. A razão fundamental está aqui: no essencial.

 

Os textos até poderão tornar-se repetitivos, mas não se tornam enfadonhos. Gravitam sempre à volta do mesmo: na bondade, na serenidade, na capacidade de ultrapassar as dificuldades, na insistência de optimizar o melhor que há em cada ser humano.

 

A imagem até pode ser demasiado idílica, mas cativa.

 

Sucede que nós, cristãos, transportamos uma proposta muito mais abrangente, muito mais motivante. Mas não é isso que mostramos. Por vezes, até mostramos o contrário. Tornamo-nos azedos, agressivos, quiçá desumanos.

 

Por isso temos pessoas que vão fazer retiros para a China durante anos quando aqui dificilmente aceitamos fazer uma recolecção de escassos dias.

 

Não deslustra aprender com os outros. Olhemos para Cristo. Aprendamos com Ele a sermos outros, a vivermos outramente, a não desistirmos dos nossos sonhos, a não descrermos jamais da bondade.

 

No budismo, encontro motivações acrescidas para (procurar) ser melhor cristão. Obrigado, pois.

publicado por Theosfera às 11:14

Gostaria de vos contar uma história. É uma história de Kirkegaard reproduzida por Joseph Ratzinger no seu livro Introdução ao Cristianismo.

 
Trata-se de um espectáculo de circo que estava montado numa aldeia. Tudo estava pronto. Eis, porém, que as chamas surgem e um forte incêndio se desencadeia. O director não tem mais ninguém a quem recorrer senão a um palhaço.
 
Só que este já se encontrava vestido e devidamente maquilhado. Mesmo assim, foi enviado à povoação mais próxima a pedir socorro.
 
Retratou com fidelidade o que se estava a passar. E não era só o circo que estava em risco. Os campos e até as casas das imediações corriam perigo. Era necessário, pois, que todos viessem combater o incêndio.
 
Contudo, ninguém o levou a sério. Os habitantes pensaram tratar-se de uma boa encenação do palhaço. Viram nos seus gritos uma publicidade, bem conseguida, ao espectáculo. Aplaudiram e desataram a rir a bandeiras despregadas.
 
O palhaço insistiu e começou a chorar, desesperado. Tentou convencer as pessoas acerca da gravidade da situação. Ninguém lhe ligou. Os risos até aumentaram. E os elogios à arte representativa do palhaço não deixaram de se fazer ouvir.
 
Só que, entretanto, as chamas alastraram. O circo foi destruído e a povoação reduzida a cinzas!
 
 
Para Ratzinger, «o palhaço que nem consegue fazer as pessoas ouvirem a sua mensagem é a imagem do teólogo». No fundo, podemos acrescentar: é a imagem do padre, do crente, da pessoa recta. Nenhum deles «é levado a sério».
 
Por mais que gesticulem e se esforcem «para convencer aqueles que o ouvem acerca da seriedade da situação, as pessoas considerá-lo-ão sempre, e de antemão, um…palhaço».
 
O palhaço, apesar do esforço, não conseguiu ser convincente. Ainda que tenha dito a verdade, não foi credível. O conteúdo estava certo, mas a roupagem não era ajustada.
 
Qual é a roupagem certa para não fazermos figura de palhaço? Só conheço uma: «a entrega incondicional da nossa vida a Deus e à humanidade»!
publicado por Theosfera às 11:12

«A educação é o melhor alimento para a jornada da vida».

Assim escreveu (andragógica e magnificamente) Aristóteles de Estagira.

publicado por Theosfera às 11:10

«Todos os meus dias são um adeus».

Assim escreveu (melancólica e magnificamente) Chateaubriand.

publicado por Theosfera às 11:09

Yves Congar, no sábio perscrutamento que fez das relações da Igreja com o mundo, chamou a nossa atenção para um dado a que é preciso estar atento: quando afastamos Deus das pessoas, as pessoas afastam-se de Deus.

O ateísmo raramente é pró-activo; é, quase sempre, re-activo. É, na esmagadora maioria das vezes, uma reacção ante um afastamento.

Há muitos que se dizem ateus, mas que, no fundo, não passam de anti-religiosos.

É preciso estar atento. É imperioso discernir. De fora vêm os apelos. Mas de dentro podem vir os maiores obstáculos. O ateísmo de outros pode ser provocação nossa.

Yves Congar escreveu: «Ao ideal de um Deus sem mundo corresponde o ideal de um mundo sem Deus».

Importante é caminhar no mundo, oferecendo, a cada um dos seus habitantes a diferença cristã em forma de proposta e estabelecendo relações de amizade.

A este propósito, valerá a pena evocar Albert Camus: «Não caminhes à minha frente porque eu posso não te seguir. Não caminhes atrás de mim porque eu posso não te conduzir. Caminha ao meu lado e sê meu amigo».

Ao lado de todos, chegaremos à meta. Por vias diferentes, quiçá, mas chegaremos!

 

publicado por Theosfera às 11:04

«Não foi a libertação do medo, mas o equilíbrio do medo, que tornou possível a sobrevivência da nossa civilização».

Assim escreveu (atenta e magnificamente) Golda Meir.

publicado por Theosfera às 11:01

«Está morto: podemos elogiá-lo à vontade».

Assim escreveu (acutilante e magnificamente) Machado de Assis.

publicado por Theosfera às 10:59

Um jornal é, além de uma companhia, o eco de uma realidade e o cimento de uma esperança.

Por ele passam palavras, imagens e rostos que sulcam o nosso quotidiano e lhe dão uma feição que perdura.

Fazer um jornal é uma aventura que requer uma grande dose de coragem.

Os meus parabéns ao «Douro Hoje» pelos seus (venturosos e promitentes) 23 anos.

 

O meu sincero agradecimento pela amizade com que, desde sempre, me trataram.

 

A minha oração por todos os seus membros.

O meu desejo de grandes êxitos.

Abraço amigo

publicado por Theosfera às 10:57

Quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2010
Creio
na Igreja nascida do Pai, gerada pelo Filho e alimentada pelo Espírito.

Creio
numa Igreja totalmente voltada para Deus e completamente virada para o Homem.

Creio
numa Igreja que fala de Deus aos homens e que fala aos homens de Deus.

Creio
numa Igreja que faz da oração prioridade e da justiça imperativo.

Creio
numa Igreja que não esconde a verdade que lhe foi entregue
nem mitiga a mensagem que lhe foi confiada.

Creio
numa Igreja que prefere ser criticada pela sua fidelidade
do que festejada pela sua incoerência.

Creio
numa Igreja que está de pé diante dos homens e de joelhos (só) diante de Deus.

Creio
numa Igreja que opta por servir em vez de agradar.

Creio
numa Igreja que não fala por cálculo nem cala por conveniência.

Creio
numa Igreja que não olha à posição nem ao título das pessoas.

Creio
numa Igreja que denuncia e anuncia a propósito e fora de propósito.

Creio
numa Igreja pobre e despojada.

Creio
numa Igreja humilde e serva.

Creio
na Igreja do perdão e da misercórdia.

Creio
na Igreja do amor e da concórdia.

Creio
numa Igreja que assume os seus erros
e que sabe acolher os que erram.

Creio
na Igreja que chora com os que choram.

Creio
numa Igreja de portas abertas para os pequenos e para os pobres.

Creio
na Igreja da esperança e da alegria.

Creio
numa Igreja que nunca desiste de acreditar nem de amar.

Creio
na Igreja de Cristo.

Creio
numa Igreja para todos!
publicado por Theosfera às 21:27

Creio na bondade.

 

Creio na bondade que irradia em tantos corações.

 

E creio na bondade que se esconde em tantos corações.

 

Sim, há vidas que teimam em esconder a bondade.

 

Mas ela está lá. Um dia, desabrochará.

publicado por Theosfera às 21:21

Creio numa Igreja perto de Deus.

Creio numa Igreja perto do Homem.

Creio numa Igreja orante.

Creio numa Igreja humilde.

Creio numa Igreja embebida no Evangelho, amassada na esperança, aberta ao Espírito, comprometida na justiça, militante da Paz.

Essa é a Igreja de Cristo.

Essa é a Igreja de todos.

Que Ela se torne cada vez mais visível na nossa vida.

publicado por Theosfera às 21:19

«Uma das coisas mais importantes que qualquer religião nos pode ensinar é o que significa ser humano».

Assim escreveu (atenta e magnificamente) Harold Kushner.

publicado por Theosfera às 16:41

Roger Garaudy defende a mudança (e não a mera tranquilidade) como via de paz.

Mas antes de urgir a mudança aos outros, é fundamental promover a nossa própria mudança: «Cada um pode contribuir para isso no local onde se encontra: na sua oficina, no seu gabinete, na sua universidade, no seu laboratório, no seu sindicato, no seu partido, na sua igreja».

Para Garaudy, «não se trata de de criar um partido, mas um espírito. E esse espírito transformará os partidos, os sindicatos, as igrejas».

Em que consiste tal espírito? «Em coordenar e não em subordinar. Em despertar e não em comandar. Há aqui uma forma de relacionamento humano cujo modelo está ainda por inventar».

Inventado até já está e nós conhecemos o inventor: Jesus Cristo. Falta viver o que Ele viveu e propôs.

Não é fácil viver o mandamento novo do amor ao próximo (a todo o próximo), mas — volto a Garaudy — os profetas não olham para trás: «Eles não sabiam que era impossível, e por isso o fizeram»!

 

 

publicado por Theosfera às 06:21

Terça-feira, 09 de Fevereiro de 2010

 

1. O diagnóstico não pode ser mais devastador: «O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada e os caracteres corrompidos.
 
A prática de vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita.
 
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
 
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria.
 
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia.
 
Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada.
 
O tédio invadiu as nossas almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés.
 
A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui».
 
 
2. As consequências não demoram: «A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade.
 
A população dos campos puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora: ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva apenas um egoísmo feroz e uma devoção automática.
 
A intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada.
 
Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Todas as consciências certificam a podridão, mas todos os temperamentos se dão bem na podridão! A corrupção toma o lugar da filosofia!».
 
E o povo? «O povo paga, que é a única coisa que faz além de rezar. Paga para ter ministros que não governam, deputados que não legislam. Paga àqueles que o espoliam. Paga aos que o atraiçoam. Paga tudo, paga para tudo».
 
Não tendo princípios ou não tendo fé nos seus princípios, Portugal «não pode propriamente ter costumes. Com uma política de acaso, com uma literatura de retórica, com uma legislação desorganizada, não se pode deixar de ter uma moralidade decadente».
 
 
3. A classe média «vive do Estado. A velhice conta com ele como condição da sua vida. Logo desde o começo, a mocidade vê nele o seu repouso e a garantia da sua tranquilidade».
 
Resultado? «Uma pobreza geral. Com o seu ordenado, ninguém pode acumular, poucos podem equilibrar-se. Tudo é pobre: a preocupação geral é o pão de cada dia.
 
Esta pobreza geral produz um aviltamento na dignidade. Todos vivem na dependência. Nunca temos, por isso, a atitude da nossa consciência, temos a atitude do nosso interesse.
 
Serve-se não quem se respeita, mas quem se vê no poder. A pessoa, não se respeitando a si, não respeita os outros: mente, atraiçoa e habitua-se a medrar na intriga.
 
Até os cafés estão silenciosos, tristes. A conversação extinguiu-se. Ninguém possui ideias originais, próprias. Há quatro ou cinco frases feitas de há muito, que se repetem. Depois, boceja-se.
 
Perdeu-se o sentimento de cidade e de pátria: o cidadão desapareceu e todo o país não é mais do que uma agregação heterogénea de inactividades que enfastiam.
 
Ninguém vive no seu interior. Vive-se na rua, ou no café. A casa aborrece. A família não nos interessa».   
 
 
4. O país não está bem. Acontece que já não está bem desde há muito. E, apesar disso, vai-se aguentando.
 
Este é um texto com mais de cem anos. Foi escrito por Eça de Queiroz em 1871.
 
Aliás, já dois mil anos antes de Jesus nascer, um sacerdote vaticinara: «O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais os pais. O fim do mundo não pode estar muito longe».
 
Os ciclos mudam, os regimes acabam e o mundo vai-se mantendo…apesar de todas as crises, apesar da crise contínua.
 
Se repararmos bem, quando é que não estivemos em crise? Não será a crise que funciona como um permanente acicate para a nossa sobrevivência?
 
É importante amenizar o discurso, mas não deixemos de prestar atenção aos avisos que nos são feitos.
 
Quem nos avisa, nosso amigo é.
publicado por Theosfera às 12:03

«Quando o coração pode falar, não há necessidade de preparar o discurso».
Assim escreveu (esplendorosa e magnificamente) Gotthold Lessing.

publicado por Theosfera às 10:44

No meio das teias miasmáticas que as notícias tristes vão tecendo, eis que surge uma nova que nos deve encher de contentamento. Há um português na frente da luta mundial contra a fome.

 

Chama-se Ramiro Lopes da Silva e foi nomeado vice-presidente do Programa Alimentar Mundial da ONU.

 

Tem trabalho de campo desde 1985 em palcos de catástrofes. Estava com Sérgio Veira de Melo no Iraque quando este sucumbiu a um atentado em 2003.

 

É com muita alegria que vemos um compatriota nosso na única luta que vale a pena travar: a luta contra a forme!

publicado por Theosfera às 10:36

 

Um dos problemas que mais dificulta a convivência entre pessoas e povos é o fanatismo.
 
Para Winston Churchill, fanático é aquele que só tem uma ideia e não quer, por nada, mudar de assunto. Estamos no limiar da obsessão.
 
Amos Oz entende que uma das causas do fanatismo é alguém querer que os outros mudem.
 
Para quem tem vivido o interminável conflito israelo-palestiniano, faz sentido. Convém, porém, não generalizar. Até porque o contrário também pode ser invocado.
 
Ou seja, pactuar com as situações de violência só contribui para perpetuar a violência. Não querer que se mude significa, pelo menos, sufragar o fanatismo alheio.
 
A questão não é, obviamente, fácil: como lidar com um fanático?; como lidar com o fanatismo?
 
Não é à força que as coisas se resolvem: eliminar um suposto fanático conduz, inevitavelmente, à multiplicação de fanáticos.
 
Mas ficar passivo à sua actuação também não extirpa o foco do problema.
 
Eu sei que é uma palavra gasta, mas o caminho passa mesmo pelo diálogo e pela urgência da mudança.
 
Só que, antes de propor (nunca impor) a mudança aos outros, é necessário começar por nós.
 
Foi essa a opção de Frère Roger Schutz: «Começa por ti».
 
publicado por Theosfera às 10:35

«Às vezes, é melhor ser enganado do que não confiar».

Assim escreveu (avisada e magnificamente) Samuel Johnson. 

publicado por Theosfera às 10:29

Segunda-feira, 08 de Fevereiro de 2010

O mundo tornou-se uma aldeia, uma aldeia global.

 

Estamos todos mais perto. Mas sentir-nos-emos mais próximos?

 

Encontramo-nos num tempo de distâncias. As pessoas sentem-se carentes de tudo, sobretudo de afecto.

 

A psicologia fala-nos, por exemplo, da importância do abraço. Quando é sincero e sentido, ele significa muito.

 

Recordo o que me disse um médico. Pensando que um jovem ia morrer numa determinada noite, deu indicações ao enfermeiro para estar atento.

 

Foi com espanto que, na manhã seguinte, verificou que ainda estava vivo. Ao ver passar o clínico, fez-lhe sinal.

 

Agarrou-se ao pescoço do médico, abraçou-o muito e, logo a seguir, morreu. Estava à espera daquele abraço.

 

O Evangelho deste dia diz que Jesus curava deixando-se tocar pelas pessoas. Ele foi sempre muito afectuoso para com as crianças e as pessoas simples.

 

No Antigo Testamento, fala-se das entranhas comovidas (rahamim) de Deus.

 

Deus é apresentado como um Pai que nos ama com um amor de Mãe.

 

Se nós somos a imagem e a semelhança de Deus, como é que podemos agir de modo diferente?

 

publicado por Theosfera às 21:18

Ao chegar, ontem, ao cemitério da Senhora da Guia, encontrei a porta fechada e não vi a chave.

 

Fui a casa de uns amigos meus para ver se me podiam dizer onde ela se encontrava.

 

Imediatamente, alguém veio comigo e indicou-me o lugar da chave. Sabem onde estava? Na porta do cemitério. Não na fechadura, mas pendendo ligeiramente ao lado.

 

Eu já tinha olhado para a chave, mas não a tinha visto.

 

Nem sempre olhar equivale a ver. Os olhos lançam-se na direcção da realidade, mas nem sempre a captamos.

 

Já Napoleão dissera aos seus soldados no alto de um monte: «Todos olham para onde eu olho, ninguém vê o que eu vejo».

 

Daí o conselho do nosso Nobel: «Se puderes olhar, vê; se puderes ver, repara».

 

Às vezes, a chave está mesmo à nossa frente. Nós olhamos para ela. E não a vemos.

 

A chave da vida é o Evangelho, é Jesus. É o amor. É a felicidade. É a bondade. É a rectidão.

 

Muitos olham para onde ela se encontra. Mas será que estamos dispostos a vê-la?

 

Há muito bem à nossa volta, à nossa frente. Ele está diante dos nossos olhos.

 

Deus está no mundo. Queremos vê-Lo?

publicado por Theosfera às 21:09

Leia aqui.

publicado por Theosfera às 16:39

«A ingratidão é filha da soberba».

Assim escreveu (luminosa e magnificamente) Miguel de Cervantes.

publicado por Theosfera às 11:42

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