«Tão vasto espirito em tão estreita regra», terá dito Sophia de Mello Breyner acerca do grande Padre Manuel Antunes.
Era o mínimo que podíamos esperar dos cidadãos: largueza de espírito, ainda que os horizontes sejam estreitos.
Quem se lança numa candidatura já sabe que se expõe à crítica. O Dr. Fernando Nobre é o primeiro a saber disso.
Agora que se conteste a decisão de alguém se candidatar é que não se percebe muito bem.
Tanto se exalta a cidadania, mas quando aparece alguém desligado dos partidos, sruge logo uma onda de indignação.
Os partidos são importantes, mas a democracia não se esgota nos partidos.
Os partidos também alavancam a cidadania, também são parte da cidadania.
O gesto do Dr. Fernando Nobre é um contributo para a pluralidade. É mais uma opção que os portugueses têm diante de si.
Dizem que não tem experiência política. Mas o trabalho humanitário não fará parte da política?
Continuo a ressalvar que mantenho a independência. Não digo em quem voto. Mas saúdo quem se oferece à consideração dos portugueses, com uma mensagem de moderação e despojamento. Pessoas como o Dr. Fernando Nobre têm mais a perder do que a ganhar com esta incursão.
Ninguém está acima da crítica. Já houve quem me lembrasse que o Dr. Fernando Nobre é a favor da liberalização do aborto. Continuo sem confirmação oficial quanto a este dado. Ainda assim, recordo que outros políticos, que se dizem contra o aborto, acabam na prática por promulgar leis que o favorecem.
Era bom que realçássemos o bem que as pessoas fazem.
Ninguém é obrigado a apoiar ninguém. Mas não sufoquem as ideias antes de serem apresentadas. E, depois, cada um decida em consciência. E com a maior paz!