O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 14 de Fevereiro de 2010

Tem dois anos. Sorri de uma forma contínua. Não soletra. Fala. Com fluência. Com encanto. Já com todas as sílabas. Vê-se-lhe a alma a transbordar pelos olhos.

 

A certa altura pensei: o que este menino não irá sentir quando vir que o mundo é o contrário de tudo isto? Como é possível desencantar o encanto de uma criança?

 

Mas, logo depois, pensei ao contrário: pode ser que os mais crescidos, ao repararem no encanto puro de uma criança, parem para pensar e resolvam mudar.

 

Habitualmente, são os mais pequenos que aprendem com os adultos. Não será hora de os adultos aprenderem com os mais pequenos?

 

O poeta bem nos avisa: o melhor do mundo são elas, as crianças.

 

Enquanto uma criança sorrir, a esperança não morrerá! Um mundo melhor é possível? Quando olho os olhos de uma criança, acredito que sim!

publicado por Theosfera às 15:38

O Governo que governe. A Oposição que vigie. A Justiça que funcione. A Comunicação Social que informe.

 

Que cada um cumpra o seu papel.

 

Que não controlem os passos dos outros. Que se acautelem na sua missão. E que todos cuidem da comunidade, maxime dos mais pobres.

 

Será pedir muito?

 

 

publicado por Theosfera às 15:26

O Carnaval está associado à máscara. Mas sou tentado a dizer que não é só no Carnaval que há máscaras.

 

Vergílio Ferreira ia mais longe: «Que ideia a de que no Carnaval as pessoas se mascaram. No Carnaval, desmascaram-se».

 

Não é uma máscara que, tantas vezes, nos atravessa na relação com os outros e até connosco mesmos?

 

Não deixa de ser curioso. Na sua génese, a palavra pessoa vem do grego prosopon, que significa...máscara.

 

Os actores gregos representavam sempre com máscara.

 

Há tantas máscaras a toldar o nosso quotidiano.

 

Que elas caiam. Aprendamos com a diáfana transparência das crianças. Sejamos nós mesmos. Deixemos que Cristo seja em nós. Ele foi sempre igual a Si mesmo. Mesmo quando isso Lhe custou a própria vida!

publicado por Theosfera às 15:02

Habitualmente, prestamos pouca atenção à oração (chamada colecta) que se recita antes da Liturgia da Palavra.

 

Mas ela é muito importante e bastante significativa. Ambienta-nos à celebração, mas impulsiona-nos igualmente à vivência. A uma vivência em conformidade com a celebração.

 

Na oração colecta da Missa deste Domingo, reconhecia-se que «Deus está presente nos corações rectos e sinceros».

 

A conduta é fundamental. Não são os discursos que convencem. Ou, então, convencem quando estão respaldados por uma conduta limpa, sincera.

 

Sincero quer dizer (etimologicamente) sem cera, ou seja, sem artifícios. A autenticidade é decisiva.

 

As pessoas que se afastam da Igreja não o fazem por qualquer divergência doutrinal. Afastam-se sobretudo por causa da incoerêncoa testemunhal.

 

Jesus, hoje, era causticante no Evangelho. Advertia-nos para a tentação da posse, para o perigo de querer agradar e repetia: Felizes os pobres, os que choram, os que são perseguidos e caluniados por Sua causa.

 

Qual é a nossa causa?

 

Voltando à oração colecta de hoje, ela termina com um pedido: que vivamos de tal modo que possamos ser Sua morada, morada de Deus.

 

Deus está na rectidão, na sinceridade. Definitivamente!

publicado por Theosfera às 14:53

 

A Igreja é uma comunhão, um mistério de comunhão.Sabemo-lo desde sempre, mas não nos apercebemos há muito.
 
Foi sobretudo o Concílio Vaticano II (na sequência da investigação teológica que se foi efectuando) que nos chamou a atenção para a centralidade da comunhão.
 
E, vinte anos mais tarde (em 1985), o Sínodo dos Bispos advertiu que comunhão é o conceito mais adequado para compreender (e compendiar) toda a visão conciliar sobre a Igreja.
 
Mas o que é exactamente a comunhão?Talvez seja melhor começar pela via negationis: o que não é a comunhão?
 
A comunhão não é, obviamente, compatível com o individualismo. Mas também não é compaginável com a mera adição.
 
A comunhão não consiste, por exemplo, no simples facto de estarmos todos juntos. Pode ajudar mas não basta. A comunhão consiste em caminharmos todos em conjunto.
 
Às vezes, estamos juntos para desvelarmos a nossa descomunhão.
 
A comunhão não se sobrepõe à pessoa. Respeita e integra cada pessoa.
 
A comunhão é, antes de mais, acolhida e, por isso, rezada. Quem funda a comunhão da Igreja é a comunhão trinitária.
 
É este o percurso do Concílio: começa por Deus para chegar à Igreja e, de certo modo, para atingir o mundo.
 
Efectivamente, tão necessária como uma eclesiologia da comunhão é uma antropologia da comunhão.
 
Só existe, portanto, comunhão quando estamos sintonizados no mesmo Senhor, na mesma Igreja.
 
Existe comunhão quando partilhamos a mesma fé, a mesma esperança, o mesmo amor, as mesmas preocupações, os mesmos ideais.
 
Existe comunhão quando nos preocupamos com o irmão, com o outro, próximo ou distante. Quando lhe telefonamos. Quando lhe damos uma oportunidade. Quando respeitamos as suas palavras ou os seus silêncios.
 
A comunhão é sempre realidade e é sempre projecto. A realidade nunca atingirá o patamar ínsito no projecto.
 
A realidade fica sempre aquém.Deste modo, a comunhão é sempre passível de crescer.
 
Neste mundo, nunca estaremos no zénite da comunhão.Mas devemos tender para ele.
 
Sem comunhão, não há Igreja.Sem comunhão, não há vida.
publicado por Theosfera às 14:51

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