O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2010

Esta é uma noite em que vamos adormecer na expectativa de escutas que, amanhã, ao acordar, poderemos ler.

 

Este é um tempo em que a comunicação social parece mais célere que a justiça.

 

Este é um tempo em que, além do medo induzido, existe o medo incorporado.

 

As pessoas de coragem são silenciadas, postas de lado ou removidas, ainda que sob a capa de uma ou outra promoção.

 

Há muitos casos sob os quais cai a neblina da suspeita: a saída de Moniz e Manuela Moura Guedes, o fim dos artigos de Mário Crespo, o abandono de José Manuel Fermandes da direcção do Público.

 

Nem sempre se concordaria com o que diziam. Mas, como lembrava Voltaire, mesmo não concordando com alguém, daria a vida para que ele se possa expressar. Não é esse o sumo da liberdade?

 

Muitas explicações são possíveis. O que é certo é que estamos a viver um tempo em que a liberdade começa a ser um bem escasso.

 

Quem é diferente, quem incomoda, quem alerta não tem lugar. É proscrito.

 

Esta é, pois, uma noite em que me lembro de Sophia de Mello Breyner Andresson. Como não recordar estas palavras?

 

Este é o tempo
Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.

Será que vamos mesmo renunciar?

 

Admiro, pois, quem não desiste. Admiro quem resiste. Admiro quem corre riscos. Admiro quem não fica à espera que a inércia faça o que ao Homem cabe fazer.

 

Admiro quem se mantém inteiro e livre. Admiro quem não renuncia aos ideais. Admiro quem não renuncia a ser. Mesmo na noite escura.

 

São estes que melhor seguem Jesus, o maior inconformista da História. Ele é luz nesta (nova) noite escura.

 

Para quem não renuncia a luz brilhará.

 

As mudanças fizeram-se com poucos. Com os poucos que não se resignaram. Com os poucos que não renunciaram. Nem recuaram!

publicado por Theosfera às 23:28

Deus é Pai que nos ama com amor de Mãe.

 

Experimente esse amor, permanentemente desvelado.

publicado por Theosfera às 21:34

É bom ver uma comunidade educativa relevar o crescimento espiritual dos seus membros.

 

A espiritualidade não é um compartimento. É uma alavanca, uma fibra e um horizonte que emerge da profundidade do ser e que desagua na imensidade da vida.

 

No Colégio da Imaculada Conceição, sente-se um envolvimento muito intenso de toda a gente na participação na Santa Missa.

 

A vivência escorre pelos cânticos, pelas palavras, pelos silêncios e pela nobre simplicidade que adorna a presença.

 

Obrigado pelo (belo) testemunho. As maiores felicidades!

publicado por Theosfera às 21:27

Foi com sincero contentamento que tomei conhecimento da atribuição do Prémio Mérito Cultural ao Dr. Joaquim Sarmento.

 

A escolha pertence a uma Comissão nomeada pela Câmara Municipal de Lamego. Esta, por sua vez, decidiu atribuir também a Medalha de Ouro da Cidade.

 

As distinções vão ser entregues no próximo dia 23 deste mês de Fevereiro no Teatro Ribeiro Conceição em sessão que assinalará a reabertura desta casa de cultura e espectáculos.

 

O Dr. Joaquim Sarmento tem uma folha de serviços interminável na cidade e no país. São diversos (e amplamente) conhecidos os campos em que se exerce a sua intervenção.

 

À advocacia e à política acresce uma intervenção cultural de grande fòlego e apuradíssima sensibilidade.

 

São várias as obras em diferentes âmbitos. O ensaio, a crónica e o romance têm sido cultivados com sublime mestria e adornado esmero.

 

A sua mais recente publicação («A Revolução de António e Oriana») tem tido um eco bastante amplo em todo o Portugal, consagrando o Dr. Joaquim Sarmento como um notável tecedor de tramas e personagens que, num registo de ficção, retratam fidedignamente a nossa realidade.

 

Os galardões que ora lhe são atribuídos funcionam, sem dúvida, como reconhecimento. Mas despontam igualmente como um estímulo. Ainda há muito a esperar do Dr. Joaquim Sarmento.

 

Os meus parabéns.

 

publicado por Theosfera às 16:27

Karl Rabeder é um empresário austríaco de sucesso. O homem de 47 anos conseguiu construir uma fortuna de mais de quatro milhões e meio de euros e vive numa confortável mansão nos Alpes, com um lago, sauna e uma vista espectacular das montanhas.

 

 

No entanto, Rabeder não quer mais saber do luxo e do conforto que o dinheiro trouxe. Para o empresário, falta o ingrediente mais importante da vida: a felicidade.

 

Por isso, o austríaco resolveu vender a sua mansão nos Alpes, a sua fazenda em Provence, a sua colecção de seis planadores, o seu Audi A8 de luxo... O milionário pôs absolutamente tudo a venda.

 

E todo o seu dinheiro será doado para um projecto de microcrédito a pequenos empreendedores da América Latina.

 

Rabeder não quer mais ficar com um centavo: «A minha ideia é ficar sem nada. O dinheiro impede que a felicidade venha à nossa vida.

 

O empresário vai viver numa pequena casa de madeira nas montanhas ou num quarto em Innsbruck.

 

Durante muitos anos, Rabeder pensou tomar esta atitude drástica, mas não sentia coragem. Porém, após uma viagem ao Havai, o austríaco percebeu que teria de tomar uma atitude.

 

O milionário conta que a vida de cinco estrelas é vazia e falsa: «É um estilo de vida horrível, sem alma. A gente passa o tempo todo como actores. Não conhecemos uma única pessoa real».

 

Desde que começou a vender os seus bens, Rabeder afirma que se sente livre. Mas o empresário não condena os milionários que vivem de maneira luxuosa: «Não aconselho ninguém a seguir o meu exemplo. Eu estou apenas seguindo a voz do meu coração e da minha alma».

 

publicado por Theosfera às 16:11

Confesso que sinto uma profunda nostalgia de tempos em que sorríamos de felicidade por ver acontecer aquilo em que acreditávamos.

 

Um dos dias em que experimentei essa (reconfortante) sensação foi precisamente o dia 11 de Fevereiro de 1990.

 

Nesse dia, um sorridente e muito calmo Nélson Mandela saía da prisão, onde estivera 27 anos.

 

Despojado, disse que vinha «não como profeta, mas como humilde servo do nosso povo».

 

Que belo o tempo em que se lutava e sofria, não por interesses, mas por ideais! Sobretudo por ideais como a justiça, a liberdade, a paz!

publicado por Theosfera às 11:42

Não posso esquecer, neste dia de Nossa Senhora de Lourdes, quem é acometido pelo mistério da dor, pelo mistério do sofrimento.

 

Penso na dor física, na dor moral, na injustiça. Penso nas vítimas da calúnia, da difamação, da inveja, da intriga malsã, da insinuação torpe. Estou com todos. Rezo por todos.

 

Não esqueço também tanta gente que, de perto ou de longe, me pede oração.

 

A minha oração é pobre, muito pobre. Mas ofereço-a com a melhor vontade.

 

Tenho a certeza de que todos irão melhorar. O sol da felicidade há-de brilhar me todos os corações!

publicado por Theosfera às 11:18

O que mais me dói é a falta de misericórdia.

 

O que mais me encanta é a bondade.

 

Onde a encontro? No coração das pessoas. Na rua. No povo. Nos pobres.

publicado por Theosfera às 11:16

Tanta coisa para pensar. Tanta coisa para mudar. Tanta coisa para fazer. Por onde começar?

 

Quando a tarefa é enorme, o desalento surge e a tentação aparece.

 

Quando há muitos objectivos à frente, pouco se vê e nada se faz.

 

Procuremos discernir, então, e peguemos, para já, num mínimo a alcançar: decência.

 

Com decência, tudo. Sem decência, nada.

 

Decência no coração. Decência nos lábios. Decência na vida.

publicado por Theosfera às 11:16

É sabido como, hoje em dia, tudo o que é oriental atrai, seduz. O budismo, então, detém uma capacidade de fascínio verdadeiramente espantosa. Porquê?

 

Com mais um livro budista nas mãos, a luz começa a fazer-se. A razão fundamental está aqui: no essencial.

 

Os textos até poderão tornar-se repetitivos, mas não se tornam enfadonhos. Gravitam sempre à volta do mesmo: na bondade, na serenidade, na capacidade de ultrapassar as dificuldades, na insistência de optimizar o melhor que há em cada ser humano.

 

A imagem até pode ser demasiado idílica, mas cativa.

 

Sucede que nós, cristãos, transportamos uma proposta muito mais abrangente, muito mais motivante. Mas não é isso que mostramos. Por vezes, até mostramos o contrário. Tornamo-nos azedos, agressivos, quiçá desumanos.

 

Por isso temos pessoas que vão fazer retiros para a China durante anos quando aqui dificilmente aceitamos fazer uma recolecção de escassos dias.

 

Não deslustra aprender com os outros. Olhemos para Cristo. Aprendamos com Ele a sermos outros, a vivermos outramente, a não desistirmos dos nossos sonhos, a não descrermos jamais da bondade.

 

No budismo, encontro motivações acrescidas para (procurar) ser melhor cristão. Obrigado, pois.

publicado por Theosfera às 11:14

Gostaria de vos contar uma história. É uma história de Kirkegaard reproduzida por Joseph Ratzinger no seu livro Introdução ao Cristianismo.

 
Trata-se de um espectáculo de circo que estava montado numa aldeia. Tudo estava pronto. Eis, porém, que as chamas surgem e um forte incêndio se desencadeia. O director não tem mais ninguém a quem recorrer senão a um palhaço.
 
Só que este já se encontrava vestido e devidamente maquilhado. Mesmo assim, foi enviado à povoação mais próxima a pedir socorro.
 
Retratou com fidelidade o que se estava a passar. E não era só o circo que estava em risco. Os campos e até as casas das imediações corriam perigo. Era necessário, pois, que todos viessem combater o incêndio.
 
Contudo, ninguém o levou a sério. Os habitantes pensaram tratar-se de uma boa encenação do palhaço. Viram nos seus gritos uma publicidade, bem conseguida, ao espectáculo. Aplaudiram e desataram a rir a bandeiras despregadas.
 
O palhaço insistiu e começou a chorar, desesperado. Tentou convencer as pessoas acerca da gravidade da situação. Ninguém lhe ligou. Os risos até aumentaram. E os elogios à arte representativa do palhaço não deixaram de se fazer ouvir.
 
Só que, entretanto, as chamas alastraram. O circo foi destruído e a povoação reduzida a cinzas!
 
 
Para Ratzinger, «o palhaço que nem consegue fazer as pessoas ouvirem a sua mensagem é a imagem do teólogo». No fundo, podemos acrescentar: é a imagem do padre, do crente, da pessoa recta. Nenhum deles «é levado a sério».
 
Por mais que gesticulem e se esforcem «para convencer aqueles que o ouvem acerca da seriedade da situação, as pessoas considerá-lo-ão sempre, e de antemão, um…palhaço».
 
O palhaço, apesar do esforço, não conseguiu ser convincente. Ainda que tenha dito a verdade, não foi credível. O conteúdo estava certo, mas a roupagem não era ajustada.
 
Qual é a roupagem certa para não fazermos figura de palhaço? Só conheço uma: «a entrega incondicional da nossa vida a Deus e à humanidade»!
publicado por Theosfera às 11:12

«A educação é o melhor alimento para a jornada da vida».

Assim escreveu (andragógica e magnificamente) Aristóteles de Estagira.

publicado por Theosfera às 11:10

«Todos os meus dias são um adeus».

Assim escreveu (melancólica e magnificamente) Chateaubriand.

publicado por Theosfera às 11:09

Yves Congar, no sábio perscrutamento que fez das relações da Igreja com o mundo, chamou a nossa atenção para um dado a que é preciso estar atento: quando afastamos Deus das pessoas, as pessoas afastam-se de Deus.

O ateísmo raramente é pró-activo; é, quase sempre, re-activo. É, na esmagadora maioria das vezes, uma reacção ante um afastamento.

Há muitos que se dizem ateus, mas que, no fundo, não passam de anti-religiosos.

É preciso estar atento. É imperioso discernir. De fora vêm os apelos. Mas de dentro podem vir os maiores obstáculos. O ateísmo de outros pode ser provocação nossa.

Yves Congar escreveu: «Ao ideal de um Deus sem mundo corresponde o ideal de um mundo sem Deus».

Importante é caminhar no mundo, oferecendo, a cada um dos seus habitantes a diferença cristã em forma de proposta e estabelecendo relações de amizade.

A este propósito, valerá a pena evocar Albert Camus: «Não caminhes à minha frente porque eu posso não te seguir. Não caminhes atrás de mim porque eu posso não te conduzir. Caminha ao meu lado e sê meu amigo».

Ao lado de todos, chegaremos à meta. Por vias diferentes, quiçá, mas chegaremos!

 

publicado por Theosfera às 11:04

«Não foi a libertação do medo, mas o equilíbrio do medo, que tornou possível a sobrevivência da nossa civilização».

Assim escreveu (atenta e magnificamente) Golda Meir.

publicado por Theosfera às 11:01

«Está morto: podemos elogiá-lo à vontade».

Assim escreveu (acutilante e magnificamente) Machado de Assis.

publicado por Theosfera às 10:59

Um jornal é, além de uma companhia, o eco de uma realidade e o cimento de uma esperança.

Por ele passam palavras, imagens e rostos que sulcam o nosso quotidiano e lhe dão uma feição que perdura.

Fazer um jornal é uma aventura que requer uma grande dose de coragem.

Os meus parabéns ao «Douro Hoje» pelos seus (venturosos e promitentes) 23 anos.

 

O meu sincero agradecimento pela amizade com que, desde sempre, me trataram.

 

A minha oração por todos os seus membros.

O meu desejo de grandes êxitos.

Abraço amigo

publicado por Theosfera às 10:57

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