O mundo tornou-se uma aldeia, uma aldeia global.
Estamos todos mais perto. Mas sentir-nos-emos mais próximos?
Encontramo-nos num tempo de distâncias. As pessoas sentem-se carentes de tudo, sobretudo de afecto.
A psicologia fala-nos, por exemplo, da importância do abraço. Quando é sincero e sentido, ele significa muito.
Recordo o que me disse um médico. Pensando que um jovem ia morrer numa determinada noite, deu indicações ao enfermeiro para estar atento.
Foi com espanto que, na manhã seguinte, verificou que ainda estava vivo. Ao ver passar o clínico, fez-lhe sinal.
Agarrou-se ao pescoço do médico, abraçou-o muito e, logo a seguir, morreu. Estava à espera daquele abraço.
O Evangelho deste dia diz que Jesus curava deixando-se tocar pelas pessoas. Ele foi sempre muito afectuoso para com as crianças e as pessoas simples.
No Antigo Testamento, fala-se das entranhas comovidas (rahamim) de Deus.
Deus é apresentado como um Pai que nos ama com um amor de Mãe.
Se nós somos a imagem e a semelhança de Deus, como é que podemos agir de modo diferente?