Mais um convite a que acedi com muito gosto.
Os alunos do Colégio da Imaculada Conceição ofereceram-nos um momento musical de grande elevação, qualidade e envolvimento.
Vê-se que houve muito trabalho, muita dedicação e muito amor. Mas não são estes os ingredientes da missão educativa?
Tratava-se de uma ópera intitulada À procura de um pinheiro.
O ambiente é o Natal. E tem toda a pertinência aparecer nesta altura, em que, porventura, o nosso quotidiano já se desligou da ternura e do encanto que o Natal incorpora nos nossos corações.
O Natal é um hoje com muitas horas, um dia com muitos dias. O Natal tem a duração da vida.
Ainda bem que os mais pequenos nos vêm relembrar o que, tão pressurosamente, tendemos a esquecer.
A história, bem concebida e magnificamente apresentada, encerra uma enorme lição: muitas vezes, reparamos no que é mais vistoso e não damos a devida atenção a quem está na base, a quem tudo suporta.
Todos gostamos de ver as luzes brilhar na árvore de Natal. Todos nos enternecemos com as fitas e outros enfeites que a adornam. Pois, mas...se não houvesse árvore de Natal?
O que nos aparece mais desprezível é que, no fundo, desponta como detendo maior valor.
Os mais pequenos, primorosamente ajudados pelos seus educadores, foram capazes de nos envolver nesta história com muita intensidade, com enorme vibração e até com indisfarçável comoção.
Como dizia Aristóteles, «a música é o princípio de todos os encantos da vida». E a música apresentada pelas crianças consegue alçar-nos a um encantamento maior e a um contentamento supremo.
Respirava-se um ambiente de nobre simplicidade.
Parabéns por mais esta iniciativa do Colégio. A educação é também (e bastante) feita de momentos como estes. Muito belos.
Dostoievsky bem dizia que é a beleza que salvará o mundo.
A beleza, juntamente com a verdade e a bondade, é um dos nomes de Deus.
Como respirei Deus no olhar inocente e nas vozes cristalinas destas crianças!