Deus é obviamente criterioso, mas não é selectivo nem limitado. Os Seus bens são para todos. E são para sempre.
Na verdade, Deus não deu Portugal aos portugueses, a Espanha aos espanhóis, nem a França aos franceses. No princípio, Deus deu a terra aos homens. A todos os homens. Para que a construíssem. Para que a fruíssem. E também para que a humanizassem e fraternizassem.
Na mesa que prepara para nós, Deus quer portanto que haja lugares para todos. Sem preferidos nem preteridos. Sem privilegiados nem marginalizados.
Com que direito então é que nós praticamos a exclusão? Com que autoridade é que um país rejeita a entrada de um ser humano no seu território e o recambia — como se de mercadoria se tratasse — para a terra de origem? Quem sabe se ao encontro da exploração, da cadeia ou até da morte?
E, para agravar as coisas, há quem se diga cristão e seja conivente com isto tudo. Como é possível este desfasamento?
Uma coisa é o que sai dos nossos lábios e outra coisa, bem diferente e bem pior, é o que brota da nossa vida…