Nas trevas que se adensam na história, há uma Luz que (teimosamente) brilha e uma Palavra que se quer fazer ouvir.
Só que, muitas vezes, as trevas não querem acolher a Luz nem consentem que a Palavra ecoe e Se faça carne na nossa vida (Jo 1, 14).
É que, ao contrário de tempos idos, o que está em causa hoje já não é tanto o silêncio da Palavra. É sobretudo o compulsivo silenciamento do Verbo.
Deus não está em silêncio. Está é a ser (violentamente) silenciado. Mas, ainda assim, continua a ser possível escutar a Sua voz.
«Senhor — assim rezava Sören Kierkegaard —, Tu falas, mesmo quando Te calas. Calas-Te por amor e por amor falas. Tanto és no silêncio como na palavra. Tu és sempre o mesmo Pai: guias-nos com a Tua voz e elevas-nos com o Teu silêncio»…