«As coisas mudam para pior espontaneamente, caso não sejam mudadas. Só mudam para melhor de propósito».
Assim escreveu (aguda e magnificamente) Francis Bacon.
«As coisas mudam para pior espontaneamente, caso não sejam mudadas. Só mudam para melhor de propósito».
Assim escreveu (aguda e magnificamente) Francis Bacon.
Ninguém pode julgar ninguém. Julgar é uma tarefa que cabe, em exclusivo, a Deus (cf. Deut 1, 17).
Uma avaliação teologal de pessoas e situações não pode ser condicionada por critérios nossos. Tem de ser iluminada pelos critérios de Deus.
Ora, Deus, em Cristo, ensina que o grande critério para avaliar alguém não é o falar; é o agir.
No cap. 10 de S. João, Jesus diz mesmo para não olharem para as Suas palavras, mas para as Suas obras.
Sucede que as obras de Jesus estavam sempre em sintonia com as Suas palavras.
O nosso grande problema é que as palavras dizerm uma coisa e as obras mostram o seu contrário.
Nesse caso, só nos resta uma coisa: distância.
Um cristão respeitará toda a gente, mas poderá estar em comunhão com quem não está em comunhão com Cristo?
O PS vai expulsar duzentos militantes porque terão actuado contra o partido.
Se todas as organizações expulsassem os membros que actuam contra elas, arriscar-se-iam a ficar vazias.
É preciso algum bom benso, bastante tolerância e toda a coerência.
«É tão arriscado acreditar em tudo como não acreditar em nada».
Assim escreveu (atenta e magnificamente) Denis Diderot.
A dessacralização da vida pública não está a ter um efeito propriamente positivo.
Onde já se viu a casa presidencial dos Estados Unidos transformada num antro de festa no dia das bruxas?
Que é que se ganha com este populismo sem freio?
Mesmo que se ganhe em votos (o que é duvidoso), perde-se sempre em dignidade, em recato, em pudor.
Um político não é um actor de circo, embora deva ter humor.
Com a proliferação de redes sociais, o segredo deixou de ser um valor. Pedir que se guarde um segredo tem o mesmo efeito que não pedir. O resultado é o mesmo.
As coisas circulam. O boato tem o mesmo peso de uma verdade insofismável.
E, o que é pior, mesmo aqueles que ainda permanecem fiéis (aqueles que ainda guardam segredo) são, pura e simplesmente, ignorados. Ninguém acredita neles.
Cada vez se mede mais os outros por nós mesmos. Se nós não conservamos um segredo, inferimos logo que os outros também não o conservam.
Cuidado, pois, com as confidências. Ainda há excepções. Mas trata-se de um risco cada vez mais elevado.
Ridente castigat mores...
Luís Afonso, no seu apontamento cartunístico de hoje, assinala as várias espécies que estão em risco de extinção. No fim da lista, lá está o homo honestus...
De facto, se não é, parece!