Qual é a coisa, qual é ela, que quanto pior funciona, mais se repete?
Qual é a coisa, qual é ela, que quanto pior funciona, mais se repete?
Num tempo fora de tempo, celebramos a vida para lá da vida.
Assim o clima se associa à liturgia.
O Outono já vai adiantado e o Verão ainda perdura.
O tempo corre apressado e a eternidade está sempre a espreitar.
Hoje é o dia mundial da poupança.
As pessoas pensam na poupança de dinheiro.
É preciso, sem dúvida, poupar dinheiro.
Mas é preciso poupar mais nos sentimentos de ódio, no rancor, na superficialidade.
Tanta coisa urge poupar.
O dinheiro. É preciso poupá-lo, mas é fundamental também saber partilhá-lo.
A operação chama-se face oculta, mas está tudo na praça pública e a face do principal arguido vem estampada em tudo quanto é jornal e televisão. Será o nome o contrário da realidade? Ou é tudo uma questão de espectáculo?
«Portugal está a viver um cenário de definhamento».
Assim escreveu (lapidar e magnificamente) Ernâni Lopes.
«A cultura forma sábios; a educação, homens».
Assim escreveu (lúcida e magnificamente) Louis Bonald.
«Quem peca é homem; quem chora por causa do pecado é santo; quem dele se vangloria é demónio».
Assim escreveu (pertinente e magnificamente) Thomas Fuller.
Não é só na política que existe falta de reflexão.
António Barreto pôs o dedo numa ferida muito grande.
Parece que os políticos estão sempre cansados, sempre em viagem. Mingua, pois, o tempo para reflectir.
Na vida, também andamos assim. Sob uma capa de vanguardismo, sentimo-nos atrelados ao imediato, presos ao que vai passando à nossa frente.
Nem sequer nos apercebemos de que o melhor serviço é a diferença, não a repetição.
Urge reflectir. E, acima de tudo, inflectir.