A acção é importante. O activismo é perturbante.
A acção é importante. O activismo é perturbante.
Tenho reflectido, bastante, sobre a evolução da blogosfera.
E o balanço que a realidade me faz chegar não é dos mais animadores.
Há um excesso de palavras, de insinuações, por vezes, mesmo de insultos.
Depois, há um tom de autocomprazimento que não é nada edificante.
No plano teológico-eclesial, predomina a quantidade, o carácter noticioso e a tendência autojustificativa.
O mais frequente é haver críticas (quase sempre, um pouco crípticas) ao Santo Padre.
Também abunda a propensão para, na mesma onda crítptica, responder a outros textos e a outras pessoas.
Não quero ser pessimista, mas, pelo que vejo, penso que o objectivo principal não está a ser conseguido: evangelizar.
Não deixemos, porém, de transfornar a blogosfera numa desejável teosfera.
Há cem anos, a Igreja enfrentou um problema sobretudo externo.
Hoje, a Igreja defronta um problema sobretudo interno.
Neste dia de Santa Teresa de Jesus, faz bem pensar na perenidade de Deus, por quem ela se encantou e que ela tão bem cantou.
Tudo passa, só Deus basta.
Daí a ousadia desta mulher que, em pleno século XVI, empreendeu uma reforma da sua Ordem.
Foi incompreendida. Foi impedida. Mas não recuou. Deus venceu. Através dela.
O medo asfixia. Só a fé nos devolve a respiração.
Entre desistir e gritar, eis o que desponta como mais necessário: prosseguir!
O povo simples tem sido cada vez mais o meu guia.
Nunca o povo simples me afastou da verdade de Deus e da profundidade da Vida.
Obrigado, povo!
É apenas a sociedade que se descristianiza?
Não será também a Igreja que, aqui e ali, se descristifica?
A História (desde a antiga à contemporânea) é feita de muita coisa que se diz.
E é tecida de imensa coisa que se esconde!
Há pressões. Há ameaças. Há provocações. E, depois, nada se assume.
Decididamente, a vida não parece correr de feição para os simples.
Resta Deus. Ainda bem que Ele não falta quando todos falham.
Há muito ódio.
Há muita ambição.
Há muita presunção.
Sim, mesmo na Igreja.
Quando é que, na Igreja de Cristo, seguimos os passos do Cristo da Igreja?
«Tudo começa em mística e acaba em política».
Assim escreveu Charles Péguy.
Duas coisas são fundamentais, estruturantes: a verdade e a paz.
Sem verdade, não há paz.
Sem paz, não há verdade.
Conjugar a verdade e a paz não é fácil.
Querer verdade sem paz e paz sem verdade é, pura e simplesmente, impossível.
Os novos deputados estreiam-se hoje. Os novos ministros estrear-se-ão em breve. Não falta quem queira liderar partidos. O poder tem um sortilégio que atrai até o mais impreparado. E o serviço?
«Existem dois lados em cada pergunta».
Assim falou Protágoras.
A diarreia mata 1,5 milhões de crianças por ano. A fome mata um em cada seis pessoas.
E nós? Que podemos fazer? Que queremos fazer?
Há muita poluição. Há muito ruído. No exterior. E sobretudo no interior. Urge mudar. Urge converter a atmosfera numa verdadeira teosfera. Será possível? Para Ele, não há impossíveis!
Sim, é um novo caminho. Ao encontro do silêncio. Enquanto ele não me arrebata, vou procurar ser eco dele. E d'Aquele que palpita nele!
É por Ele que permaneço. E por quantos me aproximam d'Ele!