A vida actual permite-nos estar em toda a parte sem sair do mesmo lugar.
Podemos, no fundo, ser peregrinos sem que nos tornemos viajantes. Mesmo dentro de nós próprios, sentimo-nos nómadas.
Somos contemporâneos de todos os acontecimentos, participantes de uma mesma história.
Em cada pessoa, tocamos a humanidade. Em cada sítio, palpitamos o mundo.
Razão tinha, pois, Miguel Torga: «Universal é o local sem os muros».
Ainda que que alguns pensem erguê-los, o sonho acaba sempre por derrubá-los!
O problema não é a distância que nos separa dos lugares. É a distância que nos pode afastar das pessoas.