A competência do mestre é fundamental. Mas a vontade do discípulo é decisiva.
O mestre pode ser muito competente a ensinar, mas se o aluno não tiver vontade de aprender, qual o efeito?
Às vezes, até pode haver vontade de aprender, mas nem sempre existe disponibilidade para ser ensinado. Já Churchill reparara: «Estou sempre disposto a aprender, mas nem sempre gosto que me ensinem».
Grandes mestres são os acontecimentos. Mas parece que nem sempre gostamos de receber as suas lições.
Na noite de ontem, todos surgiram a reclamar vitória e ninguém foi capaz de assumir a derrota.
Estranho.
Como é possível que todos cantem vitória quando é notório que ninguém ganhou?
Não ganharam, obviamente, os alunos: alguns porque não conseguiram realizar o exame, todos pela instabilidade criada.
Não ganhou o poder porque não mostrou subtileza em lidar com esta situação e não tem revelado sensibilidade em lidar com muitos problemas.
E os professores perceberam desde há muito que estão a perder.
Não estão a perder apenas no salário. Estão a perder sobretudo em condições de trabalho, cada vez mais reduzidas e cada vez mais menorizadas.
O dia de ontem foi um mais um alerta para aquilo que tem vindo a ser perdido e desperdiçado.
É tão difícil compreender que a melhor forma de qualificar os alunos é não (continuar a) desqualificar a missão dos professores?