Começámos a ser um país de imigrantes. E voltámos a ser um povo de emigrantes.
Se a imigração é um fenómeno relativamente novo, a emigração é um facto que julgaríamos ultrapassado. Mas, pelo que dizem, nos últimos anos, a vaga das pessoas que saem está a igualar as cifras das décadas de 60 e 70.
Só nos últimos dois anos, terão deixado Portugal cerca de 200.000 cidadãos. Se nos reportarmos ao início da crise (2008), esse número ascenderá a meio milhão.
Acresce que a percepção que tenho é que a maior parte destas pessoas não tenciona voltar.
A vida não está fácil lá fora. Mas está a tornar-se cada vez mais difícil cá dentro.
Se um país não consegue fixar os seus nativos, terá de repensar a sua existência.
É fundamental ser solidário com quem sofre. E é prioritário não ser fonte de sofrimento para ninguém!