Vivemos cercados de ruído.
Acresce que algum (muito) desse ruído aparece sob a forma de comunicação. Estranho erro e perigoso engano.
O silêncio é raro e, ainda por cima, incompreendido. O silêncio não goza de boa imprensa, nem desfruta de grande popularidade.
Já o sábio Esopo alertava para o óbvio. O homem tem uma boca e dois ouvidos para ouvir mais e falar menos.
Dir-se-ia que «modus in rebus», cada coisa na medida certa.
O discernimento é fundamental, o sentido de oportunidade mostrar-se-á decisivo.
Luminoso pode ser, pois, o conselho de Beethoven: «Nunca quebres o silêncio se não for para o melhorar».
Só quando a palavra for melhor que o silêncio é que deverá ser usada. Caso contrário, deixemos que o silêncio fale.
Escutemos a sua voz. Ele costuma ser eloquente. Pode é não encontrar o merecido auditório!