O Evangelho deste Domingo fala-nos do legado de Jesus: um só mandamento, que Ele denominou Mandamento Novo e que consiste no amor ao próximo.
No fundo, trata-se do amor a todos, porque todos, em Cristo, são próximos.
Este é um enorme avanço no sentido da precisão. A Lei Antiga era prolixa. Tinha o Decálogo e continha muitos preceitos.
O estudioso judeu Jacob Neusner, no livro «Um rabino fala com Jesus», insere uma exposição de Silemai acerca da «Torah».
Tal exposição alicerça basicamente a seguinte tese: à medida que a história avança, diminui o número de preceitos aumentando a precisão e a exigência.
«613 preceitos foram dados a Moisés, 365 negativos, que correspondem ao número dos dias do ano solar e 248 positivos, que correspondem às partes do corpo humano. Veio David e reduziu-os a onze. Veio Isaías e reduziu-os a seis. Depois, o mesmo Isaías reduziu-os a dois. Veio Habacuc resumiu-os num só: "O justo viverá pela sua fé"(Hab 2, 4)».
Segundo Neusner, Jesus «não veio exactamente para isto, mas quase». O que é que acrescentou então? «A Si mesmo».
A perfeição, urgida no Sermão da Montanha e já referida pela «Torah» (Lev 19, 2), consiste, portanto, em seguir Jesus (cf. Mt 19, 21).
A Lei não é um preceito; é o seguimento de uma pessoa.
A Lei é Jesus. E Jesus é a corporização, em tons de urgência, do amor total!