A Páscoa traz muita gente à volta da Igreja. São mobilizados os crentes e envolvidos os não crentes.
Sucede que esta afirmação de pujança pode (insisto: pode) denunciar um certificado de debilidade.
O que atrai mais pessoas não é a liturgia. São as procissões, as tradições.
O problema não está no seu valor, que é grande. Está, cada vez mais, no seu enquadramento, que é problemático.
É que já não falta quem venda a Semana Santa como um cartaz turístico. E, de facto, há multidões que se arrastam para as localidades onde se promovem acções nesta altura do ano.
E não falta mesmo quem já fale de espectáculo!
Aqui é que bate o ponto. Um espectáculo implica não só acção, mas também actores e espectadores.
Ora, o que se representa, muitas vezes, é apreciado sobretudo pelo seu efeito cénico. Há uma certa distância entre quem representa e quem assiste.
E nota-se também uma cada vez maior ausência de espiritualidade, recolhimento.
Como agir?
É um novo desafio que temos pela frente: vivenciar o momento central da fé ou apostar numa oferta turística de grande consumo?
Viver é optar, como dizia Zubiri.