O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 18 de Março de 2013

É muito comovente esta espécie de encantamento planetário à volta do Papa Francisco.

Parece uma empatia instantânea, resultante de um carisma que aproxima e fascina.

Um carisma está para lá da explicação lógica. Um carisma é um dom que se converte numa dávida. Um carisma é algo que se recebe para dar.

Isto é muito salutar e deveras positivo.

Não me parece, porém, curial nem justo pôr em contraste o Papa Francisco e o Papa Bento XVI.

São pessoas diferentes, sem dúvida. Mas nem os gémeos monozigóticos são inteiramente idênticos.

Para lá disso, há uma continuidade que importa não descurar.

O Papa Francisco revela uma simplicidade contagiante. Mas o Papa Bento XVI nunca deixou de mostrar uma humildade desconcertante.

Depois, se repararmos bem, há alguma coisa que o Papa Bento XVI disse que o Papa Francisco não subscrevesse? E há alguma coisa que o Papa Francisco afirmou que o Papa Bento XVI não secundasse?

As pessoas não são iguais. Mas, neste caso e parafraseando Montesquieu, o que é «verdade num tempo» não tem de ser «erro num outro tempo».

O Papa Francisco merece, inquestionavelmente, o nosso apreço. Mas o Papa Bento XVI justifica também a nossa (eterna) gratidão!

publicado por Theosfera às 10:00

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