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Quinta-feira, 14 de Março de 2013

O pedido de Jesus a S. Francisco de Assis - «Vai, Francisco, e restaura a Minha Igreja em ruínas» - fez-se ouvir, de novo, ontem, em Roma.

 

S. Francisco foi chamado a restaurar aquela igrejinha, mas o estado de ruínas daquele edifício é um símbolo da situação dramática e preocupante da própria Igreja naquele tempo, com uma fé superficial que não forma e não transforma a vida, com um clero pouco zeloso, com o arrefecimento do amor; de uma destruição interior da igreja, que envolve também uma decomposição da unidade, com o surgimento de movimentos heréticos.

 

Todavia, no centro daquela igreja em ruínas está o Crucifixo quee fala, convidando à renovação. Convida, de facto, Francisco ao trabalho manual para restaurar concretamente a igrejinha de S. Damião, símbolo do apelo mais profundo a renovar a própria Igreja de Cristo, com a sua radicalidade de fé e com o seu entusiasmo do seu amor por Cristo.

 

Este acontecimento, ocorrido provavelmente em 1205, traz à mente um outro incidente semelhante ocorrido em 1207: o sonho do Papa Inocêncio III.

 

Ele vê em sonhos que a Basílica de São João de Latrão, a igreja mãe de todas as igrejas, está a desmoronar-se e um pequeno e insignificante religioso sustenta em seus ombros a igreja para que não caia.

 

É interessante notar, por um lado, que não é o Papa que dá o auxílio para que a igreja não desabe, mas um pequeno e insignificante religioso, que o Papa reconhece ser Francisco que o visita.

 

Inocêncio III foi um Papa vigoroso, de grande cultura teológica, como também de grande poder político.

 

No entanto, não é ele que renova a Igreja, mas o pequeno e insignificante religioso: é S. Francisco, chamado por Deus.

 

Por outro lado, é importante notar que S. Francisco não renova a Igreja sem ou contra o Papa, mas só em comunhão com ele.

 

Os dois realmente caminham juntos: o Sucessor de Pedro, os bispos, a Igreja fundada sobre a sucessão dos Apóstolos e o carisma novo que o Espírito Santo cria naquele momento para renovar a Igreja. Ao mesmo tempo cresce a verdadeira renovação.

 

O Pobrezinho de Assis havia compreendido que cada carisma é dado pelo Espírito Santo a serviço do Corpo de Cristo, que é a Igreja; por isso agiu sempre em plena comunhão com a autoridade eclesiástica.

 

Na vida dos santos não há contradição entre o carisma profético e o carisma de governo e, se alguma tensão ocorre, eles sabem esperar com paciência o tempo do Espírito Santo.

 

Importa, entretanto, notar que é a um pobre que Cristo pede a restauração da Sua Igreja. Só pela pobreza e pela simplicidade acontece a renovação e a fidelidade.

 

Que estamos a fazer da pobreza e da opção preferencial pelos mais pobres?

publicado por Theosfera às 10:08

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