Grande paradoxo nos atravessa.
As pessoas vivem até cada vez mais tarde, mas parece que se esgotam cada vez mais cedo.
Vejam o drama de quem se vê desempregado aos 40 ou 50 anos.
O mais natural é que aqueles que estão nesta faixa etária sejam apontados, inclementemente, como «velhos».
Numa rápida viagem pelas televisões, quantos apresentadores aparecem com mais de 50 anos? Muito poucos.
Não admira, pois, que se aposte, cada vez mais, em operações plásticas. Há quem queira, a todo o custo, remover os sinais da velhice. O que importa, hoje em dia, é parecer novo.
Não são os mais novos que querem imitar os mais velhos. Muitas vezes, são os mais velhos que pretendem imitar os mais novos.
É pena que se subalternize o valor da idade. Há tanta sabedoria nos caminhos percorridos!