Tempos novos, estes. Tempos agrestes para muitos, tempos cinzentos para quase todos.
Estes são tempos em que só vêem nuvens e antecipam tempestades.
Estão a falhar os governos. Estão a falhar as alternativas aos governos.
O que se passou na Grécia e o que se passa na Itália dá que pensar.
As pessoas não gostam dos governos que não elegeram. Mas também não parecem ter gostado dos governos que escolheram.
Há que estar atento aos sinais. À rua, por exemplo.
Foi na rua que muitos combateram pela democracia. É na rua que muitos estão a combater em democracia. Não pelo fim da democracia, esperamos. Mas pela refundação da democracia.
Se os governantes não escutam os povos, arriscam-se a ser desalojados pelos povos.
Mas não desperdicemos o precioso capital que é a serenidade. E não nos coloquemos uns contra os outros!