Vivemos dias de nostalgia, que se somam a prolongados tempos de insatisfação.
Quem vive não parece contente. Quem, além de viver, verbaliza o que pensa sobre a vida dá sinais de estar triste.
Nesta altura, dá a impressão de que tudo se extingue. Paulo Varela Gomes denuncia: «O enorme decréscimo da taxa de natalidade no mundo ocidental é o reflexo de um organismo que não tem nenhum horizonte a não ser a sua progressiva extinção. Podemos ver o mesmo na extinção de categorias do pensamento, da política, da economia, como se fossem velas de um bolo a apagar-se. E sem que vejamos nenhuma vela a acender-se».
Apesar da penumbra, eu entrevejo uma vela que jamais se apaga: a vela da esperança.
Quero crer que amanhã será melhor. Quero acreditar que é quase impossível que amanhã possa ser pior!