Por estes dias e apesar do Carnaval, ninguém está contente.
Também não há muitos motivos para grandes contentamentos. As notícias do presente são preocupantes. E os próprios ecos do futuro ameaçam ser sufocantes.
Mas terá havido alguma época em que os portugueses formassem um povo feliz?
Há mais de cem anos, Miguel de Unamuno, que nos conhecia bem, dizia que éramos um «povo triste», um «povo de suicidas» ou até um «povo suicida».
De facto, parece que estamos sempre a caminho do abismo. Mas como ainda vamos sobrevivendo, qual Fénix, então é possível que sejamos também um povo «morticida». Isto é, um povo que, à medida que parece afundar-se de vez, vai ressurgindo.
O abismo está perto. Mas ainda não nos devorou!