A vergonha não é entusiasmante. Mas pode ser muito preventiva.
Ela não nos permitirá fazer muito. Mas pode ajudar-nos a evitar bastante.
Recordo um mestre que achava que nem se deve ter vergonha a mais nem vergonha a menos. Mas, entre um extremo e outro, preferia que se tivesse vergonha a mais.
Frei Benito Feijoo entendia que «a vergonha é um fosso que a natureza coloca entre a virtude e o vício».
Não diria que a virtude seja apenas a vergonha de ceder ao vício. É muito mais. Mas pode começar por aí.
Um pouco de vergonha faz falta. Na vida pessoal. Na vida cívica. Na vida política.
O que não se sofre pela falta de vergonha que alguns (despudoradamente) exibem!