Não é só a política que é dominada pela economia. Antes da política (e, muitas vezes, por causa da política), a própria vida é subjugada pela economia. Esta, como é sabido, já foi engolida há muito pelo capital.
O que disse o ministro das finanças do Japão arrepia mas não surpreende. Só pode espantar o mais desatento.
O paradigma da desvalorização da vida humana está em marcha desde há muito. O «mérito» do que disse o governante poderá estar em estimular uma reflexão que conduza, quanto antes, a uma inflexão.
De facto, é assustador ouvir um responsável(?) reconhecer que «o problema da segurança social só será resolvido se se deixar os idosos morrer rapidamente»!
É um posicionamento que, mesmo não sendo assumido por outros, vai fazendo escola em muitos.
Ao contrário do que se pensa, a tendência é para viver cada vez menos.
Até ao fim dos estudos vive-se. Depois, para muitos, é só sobreviver.
Primeiro, surge a falta de emprego na idade adulta. A seguir, aparece a falta de cuidados na velhice.
Mais que um sobrevida, trata-se de uma penosa subvida, de uma morte lenta!